fbpx
segunda-feira , 5 de fevereiro de 2024

Diabetes e Cicatrização: onde está a dificuldade?

Você sabia que diabetes e cicatrização são dois fenômenos do corpo humano distintos e internamente ligados? É por isso que 15% das pessoas que tem diabetes desenvolvem lesões conhecidas como “Pé Diabético”. Isto é causado pela relação que o diabetes possui com o processo de cura de feridas que o nosso corpo normalmente desempenha. Vamos aprender um pouco mais sobre isso…

Sabemos que o diabetes é uma condição onde o corpo é incapaz de utilizar a glicose como energia, deixando, assim, seus níveis elevados no sangue. Isso acontece porque o pâncreas produz uma quantidade insuficiente de insulina. Ou, por outro lado, produz uma insulina que não consegue desempenhar o papel dela corretamente (levar a glicose do sangue para dentro das células).

Pessoas que têm diabetes, independente do tipo, apresentam uma dificuldade de cicatrização de feridas. Cerca de 15% destas pessoas vão desenvolver úlcera nos pés, sendo este o tipo de ferida mais comum em quem tem diabetes. Estas feridas são conhecidas como “Pé Diabético”.

Além de dificuldade de cicatrizar as feridas, o diabetes faz com que essas piorem muito mais rápido. Por este motivo, todo cuidado é pouco, dar atenção especial nunca é demais.

Pequenas feridas podem virar grandes problemas…

Diabetes e Cicatrização: como acontece?

A pele é o maior órgão do corpo humano e tem como função proteger nosso corpo da invasão de germes. Uma ferida é uma abertura na pele, temos, assim, uma porta aberta para possíveis invasões de microorganismos indesejados e assim podemos desenvolver possíveis infecções.

Quanto menor a ferida, mais rápida é a cicatrização. Quanto maior e mais profunda, mais tempo ela demanda para se fechar totalmente.

A cicatrização acontece em um processo de 4 etapas. Cada etapa do processo depende uma da outra, devendo funcionar na mais completa harmonia para que a ferida se feche completamente.

Veja abaixo as etapas desse processo:

Hemostasia

Os vasos sanguíneos se contraem no intuito de parar o sangramento. Este processo é chamado de vasoconstrição.

Além disso, as células vermelhas do sangue (hemácias) formam um coágulo, impedindo a saída do sangue e a entrada de microorganismos indesejados.

Inflamação

Este é o processo onde o corpo fica alerta com a presença de uma lesão. A área afetada fica vermelha, inchada e quente. Essas são sinais de que as células de defesa do organismo estão agindo na lesão, a fim de “lutar” contra a invasão de microorganismos. Além de iniciar o processo de regeneração da área afetada.

A inflamação é vital no processo de tratamento das feridas, mas se ela continua por muito tempo, ela pode realmente impedir a regeneração.

Proliferação

Este é o momento do processo onde se inicia a regeneração dos tecidos. As células conhecidas como fibroblastos começam a atuar. Elas têm a função de produzir colágeno e elastina para formar o chamado tecido conjuntivo, que é a base de sustentação e elasticidade de nossa pele.

Os vasos sanguíneos que foram rompidos se regeneram e a oxigenação da área afetada reinicia. As células que constituem as camadas da pele (hipoderme, derme e epiderme) se proliferam, para reconstruir a área afetada.

Remodelação

Para finalizar o processo, as fibras são realinhadas para aumentar a resistência do tecido e melhorar o aspecto da cicatriz. Nessa fase, a cicatriz altera progressivamente sua tonalidade, passando do vermelho escuro a um tom rosa claro. Isto acontece devido a diminuição da vascularização.

mulher com cicatriz no braço
Fonte: Freepik

Por que a cicatrização é mais lenta quando se tem diabetes?

Quem tem diabetes, deve cuidar com muita atenção até das pequenas e inocentes feridas. Elas podem se transformar em grandes problemas, caso não curem adequadamente.

Os altos níveis de glicose no sangue fazem com que as artérias fiquem endurecidas. Assim como os vasos sanguíneos mais estreitos por causa desses níveis altos, dificultando a circulação do sangue, principalmente nas extremidades do nosso corpo, como nossos pés.

Vasos sanguíneos estreitos levam à uma diminuição do fluxo sanguíneo e consequentemente de oxigênio em uma ferida. Um nível elevado de glicose no sangue diminui a função de células vermelhas do sangue que transportam nutrientes para o tecido. Tudo isso diminui a eficiência dos glóbulos brancos que combatem as infecções. Sem nutrientes e oxigênio suficientes, uma ferida cicatriza lentamente.

Uma das complicações do diabetes é a neuropatia, que é quando os nervos são afetados e assim, a pessoa perde a sensibilidade, ou seja, ela não consegue perceber quando uma bolha está se desenvolvendo e até mesmo quando se tem uma infecção. A perda da sensibilidade, deixa a pessoa vulnerável, pois ela pode não perceber a real gravidade de uma ferida e assim comprometer a cura.

Os altos níveis de glicose no sangue afetam o sistema de defesa do corpo, diminuindo a sua eficiência, assim as infecções podem ocorrer com mais facilidade. As infecções não tratadas ou fora de controle podem levar ao surgimento de gangrena (morte do tecido devido a infecção e falta de circulação sanguínea). Segundo as estatísticas, diabetes é a razão número 1 para amputações de membros.

O que fazer para melhorar a cicatrização?

Há várias coisas que um paciente pode fazer para melhorar a cicatrização de feridas. A coisa mais importante a se fazer é controlar o nível de glicose no sangue. Abaixo você encontra algumas atitudes que vão te ajudar a melhorar a cicatrização:

1. Tenha uma dieta saudável e mantenha uma boa alimentação. Isso vai ajudar a regular os níveis de glicose no sangue e também fornecer as vitaminas e nutrientes essenciais para melhorar o processo de cicatrização. Porções adequadas de proteínas, carboidratos e ingestão de vitamina C são fatores importantes para ajudar a cicatrização. Procure o conselho de um nutricionista especializado em diabetes, se necessário.

2. Esteja ciente de seu corpo, especialmente se você tiver neuropatia diabética. Verifique regularmente se há feridas abertas ou pontos de pressão que poderia evoluir para uma ferida. Fique atento aos sinais de infecção.

3. A inflamação crônica é um sintoma comum em muitas doenças crônicas, incluindo diabetes. Manter um plano de exercícios aeróbicos regular ajuda na redução da inflamação. A Atividade física ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue e também ajuda na redução do peso corporal, diminuindo a resistência insulínica.

4. A saúde cardiovascular é importante para manter uma boa circulação, tanto para a cicatrização de feridas existentes e na prevenção de desenvolvimento futuras feridas.

5. Evite fumar, para melhorar a circulação sanguínea e a saúde em geral.

Dica Extra

Para ampliar o seu conhecimento, eu criei o curso “Desvendando os Segredos do Diabetes”.

Para ajudar o máximo de pessoas que puder, o curso foi todo feito em aulas online, 100% digitais, onde você vai poder ver de qualquer lugar, a qualquer hora, só precisando de uma conexão com a internet.

Clique no botão abaixo para conhecer melhor o curso online “Desvendando os Segredos do Diabetes”. Lembre-se que diabetes com educação é diabetes sem complicação! Tenha um bom estudo e não se esqueça de que a vida é o bem mais precioso que alguém pode ter!

CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER

banner com a imagem da capa do livro digital "Viajando com diabetes - o guia completo para o sucesso da sua viagem

Veja Também

Imagem mostrando alimentos saudáveis como frutas e legumes: tomates, brócolis, maçã. Uma fita métrica amarela com a numeração em preto um medidor de glicose e um estetoscópio

Se eu tenho Pré-Diabetes, eu vou ter Diabetes?

Ter pré-diabetes significa que você tem um nível de glicose no sangue mais alto do …

9 Comentários

  1. Rebeca Maria da Silva Santos

    Olá a 15 dias cortei uma unha encravada com a ajuda de um cirurgião pois estava muito inflamada e não aguentaria sem anestesia, tomei cefalexina por 7 dias após o procedimento mas ainda continua um pouco inchado e dolorido e a ferida que ficou não está cicatrizando, eu estou grávida e muito assustada,minha glicemia em jejum sempre foi menor que 85 . Será que posso estar com diabetes gestacional ?

  2. Sei da existência de um Equipamento (produzido na Itália) para melhorar a vascularização dos membros inferiores. Poderiam me ajudar a descobrir o nome do fabricante e se há distribuidor do sistema no Brasil.

  3. Boa noite!
    Sou Podóloga e estou fazendo Especialização em Pés Diabéticos.
    Adorei a matéria que muito está me ajudando como estudo e agregando valores.
    Se puder me enviar mais matérias referentes a Diabetes Mellitus, ficaria imensamente agradecida.
    Acredito que minha profissão muito ajudará as pessoas no sentido da prevenção do Pé Diabético e quando já instalada, ajudará a dar mais conforto.

  4. Na minha tese:, a pele principalmente humana, quando danificada, quer seja diabete ou outra, deve SIM ser ventilada para que a mesma tenha o poder natural de auto recuperação, basta no entanto que se tenha o cuidado em não cometer a oclusão pois, a mesma estará confinada, e por certo, não terá naturalmente suas funções naturais com poder de se recompor em tempo de cuidados convencionais, ou seja, usando pomadas diversas, gazes ,e, em muitos casos usos de vacinas, comprimidos e tantos outros, sendo na maioria dos casos tido como paliativos. Vamos pensar em pele biosintética que tem suas funções de provocar assepsia, eliminar fungos e permitir ventilação do local danificado. Vamos pensar nas origens das coisas, onde o maior órgão humano “pele” foi tão bem concebida com o objetivo de estar exposta, suportando intempéries de toda sorte, e, portanto baseado em princípios primários sem adotar exageros da medicamentosa e seu malefícios em grande partes colaterais. Então vamos ser simples e resolver o problema com eficácia, usando produto sem interferências dos desnecessários. Estou a disposição para expor quando solicitado maiores informações.

Seu comentário é muito importante, porque ele me ajuda a te conhecer melhor

class="sp_popup_17b3ba63-2cc1-4078-af81-86474f15b103"
class="sp_popup_17b3ba63-2cc1-4078-af81-86474f15b103"