Pesquisa revela que o álcool provoca um processo inflamatório no cérebro que pode tornar a pessoa resistente à insulina.
Mesmo que de maneira casual, exagerar na bebida alcoólica pode alterar mecanismos no cérebro que podem levar ao desenvolvimento do Diabetes.
O consumo exagerado de álcool de uma única vez, como por exemplo, a ingestão de 4 a 5 doses de qualquer bebida alcoólica em um período de apenas 2 horas, é suficiente para elevar o risco de uma pessoa de desenvolver Diabetes Mellitus.
Segundo estudo da Faculdade de Medicina Mount Sinai, nos Estados Unidos, a quantidade excessiva de álcool perturba a regulação dos níveis de glicose no cérebro e não pelo fígado, como outros trabalhos já apontaram. Realizada a partir de testes com ratos de laboratório, a pesquisa foi publicada recentemente na Revista Science Translational Medicine.
METODOLOGIA
Durante três dias, nos testes, a equipe de pesquisadores deu aos ratos, doses diárias de etanol para simular o consumo de bebida alcoólica pelo homem. Após a bebedeira, os animais passaram por exames de tolerância a glicose e, também, tiveram analisadas suas atividades cerebrais.
RESULTADO
De acordo com o estudo, os ratos se tornaram resistentes à insulina, hormônio responsável por regular o nível de glicose no sangue. Com o consumo excessivo de álcool pelos ratos, os pesquisadores não conseguiram frear a produção de glicose no corpo, aumentando os níveis da mesma na corrente sanguínea.
A equipe descobriu que esse processo ocorreu, pois a bebida alcoólica causa uma inflamação no cérebro, mais especificamente no hipotálamo, parte que regula os processos metabólicos, e danifica os receptores de insulina no cérebro.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos na pesquisa, os autores sugerem que: Os efeitos nocivos do álcool vão além das doenças hepáticas, mas também atingem a regulação do metabolismo feita pelo cérebro. Além disso, os pesquisadores acreditam que bloquear a substância que inibe os receptores de sinais de insulina no cérebro possa ser uma solução para as pessoas que possuem uma resposta anormal à glicose.