Temos recebido frequentemente perguntas sobre as complicações do diabetes. Hoje, falaremos da nefropatia diabética. Você sabe o que é? Trata-se de uma complicação nos rins, decorrente, principalmente, do mau controle glicêmico. “A nefropatia diabética faz com que o órgão perca a capacidade de filtrar adequadamente as substâncias provenientes do metabolismo que não tem mais utilidade para o organismo e de manter elementos que não devem ser descartados, como as proteínas, com a albumina”, explica o manual “10 coisas que você precisa saber sobre NefropatiaDiabética“, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (Sbem).
Sabe-se que a nefropatia diabética é a maior causa de insuficiência renal crônica terminal no mundo, acometendo de 20 a 40% dos indivíduos com diabetes.
Medidas de prevenção, que incluem um bom controle glicêmico e a triagem precoce tem reduzido a incidência dessa complicação, especialmente entre diabéticos tipo 1. Normalmente a neuropatia se inicia com mais de 10 anos do diabetes.
Trata-se de uma doença assintomática. Para detectá-la é necessária a realização de exames laboratoriais, que verificam a quantidade de proteína na urina, em especial, o aparecimento de níveis baixos, mas anormais, de microalbuminúria. Quanto mais a doença avança, mais a proteinúria clínica progride.
No diabetes tipo 2, é comum que o primeiro sintoma seja a hipertensão arterial, antes mesmo de ocorrer proteinúria clínica. Grande parte dos pacientes, nesse caso, acabam desenvolvendo insuficiência renal sem que haja uma albuminúria significativa. A progressão da doença leva à insuficiência renal terminal.
Diagnóstico
Fique atento a saúde de seus rins, realizando os exames periodicamente. Para a detecção da nefropatia diabética, o médico pedirá os seguintes exames:
- Microalbuminúria
- Urianálise, incluindo análise microscópica e dos sedimentos.
- Creatinina sérica
Existem três métodos de dosagem da microalbuminúria:
- Amostra isolada: é a medida da razão albumina/creatinina., que deve ser feito pela manhã, se possível.
- Coleta de 24 horas.
- Coleta por período de tempo: de 4h ou 12horas noturna.
“Apesar dos esforços, aproximadamente 20 a 30% de todos os diabéticos vão desenvolver algum grau de nefropatia após 10 anos do diagnóstico”, explica a médica endocronologista Patricia Lins Zach, do Grupo de Educação e Controle do Diabetes – Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, no E-Book, Diabetes na Prática Médica.
O que voce precisa saber, segundo a Dra. Patrícia:
- O melhor controle da glicemia previne ou retarda a evolução da nefropatia.
- Exames de sangue e de urina anuais são a única maneira para detectar o início silencioso da doença renal diabética.
- A hipertensão prejudica os rins, precipitando e acelerando a doença renal (tratamento medicamentoso, perda de peso, restrição de sódio- ajudam na prevenção e retardam a progressão da nefropatia).
- Os diabéticos têm risco aumentado de infecções do trato urinário, portanto reporte qualquer indício de infecção.
- Na presença de nefropatia progressiva, estão as opções terapêuticas: diálise e transplante.
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