Volta e meia, eu e uma conhecida de Facebook, a Ana Carolina, mãe de uma meninha de cinco anos com diabetes tipo 1 (desde os dois anos), nos pegamos discutindo sobre os fatores de risco de diabetes tipo 2. Ela insiste bastante no binômio sedentarismo/obesidade como principal fator de risco para DM 2. Realmente, não podemos negar que essa duplinha aí pode ser bem prejudicial, não só para o desenvolvimento do diabetes, como também de problemas no coração, elevação de colesterol, hipertensão arterial… Mas sempre insisto que o fator predisposição genética é muito importante também, além de inúmeros outros fatores que já abordamos aqui por diversas vezes no blog Educação em Diabetes e outros tantos ainda por serem descobertos.
Lendo uma reportagem do New York Times, semana passada me deparei com um texto que vai nessa linha. Por que encontramos pessoas com peso normal que desenvolvem a doença? E por que encontramos obesos que não têm diabetes?
Muitos pesquisadores têm se debruçado sobre o que chamam de “paradoxo da obesidade”, já que começaram a perceber que pessoas magras, com peso normal, e que são portadoras de doenças crônicas acabam tendo duas vezes mais chances de morrer em decorrência de complicações do que pessoas obesas ou com sobrepeso. Também já falamos sobre isso aqui no blog. E parece haver várias possibilidades envolvidas: um tipo mais agressivo da doença; falta de rigidez no controle (pelo fato da pessoa ser mais magra), tendência a carregar gordura abdominal, anormalidades metabólicas…
O que tem se observado também é que o sedentarismo é um vilão muito mais prejudicial do que a obesidade por si só. Com ajuda dos fatores hereditários e outros hábitos de vida, pode fazer um bom estrago na nossa saúde.
Manter a saúde por meio de atividade física pode ser mais importante do que perder peso. Há magros sedentários. E essas pessoas também podem correr risco de desenvolver diabetes tipo 2. Sabemos que sair do sedentarismo exige mudanças de hábitos e aí reside a maior dificuldade das pessoas, assim como para adotar hábitos mais saudáveis na alimentação. Além da rotina, que às vezes parece nos engolir, pelo menos nos grandes centros, é difícil mudar hábitos já arraigados. Precisamos reprogramar o nosso cérebro. Convencermos-nos de que a recompensa é boa: mais vida e o, melhor, vida mais saudável.
Ola Luciana,
Concordo com voce quando fala que uma pessoa que tem um peso fisico dentro dos padroes de normalidade pode adquirir diabetes. Tenho 51 anos, diabetica tipo 1 ha 24 anos. Na epoca quando descobri a doenca estava em plena forma fisica. Nenhuma gordura em excesso rsrsrsrsrs. Mas na epoca, sofri uma perda muito grande que me deprimi bastante. Juntamente com uma catapora (isso com 28 anos!!!) Entao em seguida, a diabetes chegou pra valer. Nunca a rejeitei. Ja passei muitas dificuldades nesses anos , outras doencas, dificuldades financeiras……mas sempre analiso tudo isso e vejo o quanto que eu cresci. Nao sei aonde estaria sem a diabetes. Ela me conduziu a ter uma vida com sobriedade. Hoje aos 51 anos, estou bem de saude. Moro em Miami ha 3 anos e gostaria muito de compartilhar experiencias. Lhe desejo sucesso e saude SEMPRE!