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terça-feira , 6 de fevereiro de 2024
Várias tentativas vem sendo feitas para desenvolver medicações novas que tornem a vida do paciente diabético mais simples e segura, melhorando assim a sua qualidade de vida. Por exemplo, remédios que possam ser tomados apenas uma vez ao dia, que tenham um menor número de efeitos colaterais, que sejam usados por via oral (ao invés de injetável), que preservem a função dos seus órgãos por mais tempo, etc.

Novas medicações para o tratamento do diabetes

Várias tentativas vem sendo feitas para desenvolver medicações novas que tornem a vida do paciente diabético mais simples e segura, melhorando assim a sua qualidade de vida. Por exemplo, remédios que possam ser tomados apenas uma vez ao dia, que tenham um menor número de efeitos colaterais, que sejam usados por via oral (ao invés de injetável), que preservem a função dos seus órgãos por mais tempo, etc.

É claro que não podemos esquecer de que, mesmo com as opções mais modernas, existem ainda grandes benefícios das medicações antigas e, por isso, muitas delas ainda são amplamente utilizadas, além do que a associação de medicamentos é muitas vezes necessária e traz vantagens.

Descreveremos aqui as três classes de medicamentos mais recentes disponíveis para o tratamento do diabetes: as glitazonas, os incretinomiméticos e os inibidores do GLP-1.

Glitazonas (Actos®):

Essa classe de medicamentos tem a capacidade de se ligar aos receptores do núcleo das células (principalmente do tecido adiposo, mas também do fígado e músculo) e ativar alguns receptores causando um efeito final de diminuição da resistência à insulina. Esses medicamentos não aumentam a produção de insulina, mas fazem com que o organismo fique mais sensível à insulina já existente no sangue.

Além desse efeito principal, outro indireto e importante é a diminuição da atividade inflamatória. Mas o que isso tem a ver com o diabetes? Sabe-se que qualquer inflamação existente no organismo piora o diabetes, porque as substâncias liberadas nessa situação tornam a entrada da insulina nas células mais difícil. Então, melhorando a atividade inflamatória, a insulina pode entrar mais facilmente nas células para desempenhar a sua função. E com isso a glicemia volta ao normal.

Além da melhora na glicemia, foi demonstrado em diversos estudos que as glitazonas podem levar a uma melhora na coagulação sanguínea, nos níveis de triglicérides e de colesterol (causando principalmente aumento do colesterol bom – ou HDL), leve melhora da pressão arterial e proteção do rim.

Como particularidades, o uso das glitazonas geralmente não causa efeitos colaterais sérios. Deve-se, apenas, utilizá-lo com cautela em pacientes portadores de doenças hepáticas e cardíacas, enquanto pode ser administrado com relativa tranquilidade em pacientes com algum grau de disfunção renal.

Antigamente, eram disponíveis três tipos de glitazonas: rosiglitazona, pioglitazona e troglitazona. Atualmente, o único exemplo dessa classe de drogas disponível no mercado é a pioglitazona (nome comercial Actos®).

Agonistas do GLP-1 e Incretinomiméticos:

O único exemplo de incretinomimético disponível no mercado brasileiro é o Byetta® (Exenatida). Quanto aos agonistas do GLP-1, temos como opções o Galvus® (Sitagliptina), o Januvia® (Vildagliptina) e o Onglyza® (Saxagliptina). Apesar de terem mecanismos de ação diferentes, o objetivo dessas duas classes é semelhante.

Esses medicamentos surgiram graças à descoberta de dois principais hormônios intestinais (o GIP e o GLP-1) que são liberados após a ingestão alimentar e que estimulam a produção de insulina pelo pâncreas. Além disso, o GLP-1 é capaz de diminuir a secreção de glucagon (um hormônio que aumenta a glicemia), de promover a saciedade e parece ser um medicamento capaz de preservar a função do pâncreas do diabético por mais tempo. Portanto, a finalidade dessa classe de medicamentos é manter os níveis de GLP-1 elevados para melhor controle da glicemia. Com o seu uso, ocorre melhora da glicemia antes e após as refeições.

Há algumas diferenças entre essas classes. Enquanto os agonistas do GLP-1 mostram um efeito nulo em relação ao peso dos pacientes, os incretinomiméticos proporcionam uma vantagem adicional de causar diminuição de peso. A via de administração dos agonistas do GLP-1 é oral. Já a dos incretinomiméticos é injetável. Um efeito colateral relativamente comum com o uso do Exenatida é a náusea, que em geral é leve e melhora com o aumento gradual da dose. Os agonistas do GLP-1 são geralmente mais bem tolerados pelos pacientes.

 

Escrito por:
Drª Luciana Cristina Moreira Martins Pereira
Endocrinologista da equipe Clínica Christiane Sobral.

As informações acima têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

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