Este é um tema que tem de ser muito, mas muito abordado: Diabetes nas Escolas. Participo dos fóruns de diabetes no Facebook com certa freqüência. E percebo a angústia das mães ao falarem da relação com a escola.
Quando passei pelo processo de escolha de uma nova escola para o meu filho – e ele não tem diabetes – fiquei imaginando como é para uma mamãe de criança com diabetes. Tenho inúmeras preocupações com alimentação, hábitos saudáveis, cuidados que considero essenciais. E vejo que grande parte das escolas não está preparada nem para o básico. Imagina para atender uma criança com diabetes ou com outros tipos de restrições, como alergias à lactose, a glúten… A escola tem de ser parceira da família, ser co-responsável em todos os momentos. Crianças com diabetes precisam ainda mais dessa parceria. Ela se torna essencial. O diálogo tem de ser constante, o aprendizado também. A Record e o Jornal da Tarde deram destaque ao assunto, em março deste ano. A personagem principal da matéria é a Vivi, filha da blogueira Nicole Lagonegro, do Minha Doce Vittória. Para assistir é clicar na imagem.
Neste mês da criança, iremos abordar este tema aqui alguma vezes, com depoimentos de mamães que quiserem participar. Para começar, trago um depoimento da “mamãe pâncreas”, Adriana Torres Consolim. Confiram:
“Meu nome é Adriana, sou mãe do Matheus, hoje com 13 anos. Descobrimos o diabetes quando ele tinha 7 anos, de uma forma bem peculiar, formigas no vaso sanitário. Muita gente acha que isso é lenda urbana, mas por causa das formigas, detectamos o diabetes nele antes que entrasse em cetoacidose. De lá pra cá, muitos desafios, muitas coisas novas a aprender e a aceitar. E o principal, aceitar que meu filho é uma criança normal, que requer alguns cuidados especiais, mas que é livre pra fazer e ser o que quiser. Ele estuda numa unidade do Sesi aqui em Ribeirão Preto. No início, sofreu com algumas dificuldades, alguma discriminação.
Hoje estão desenvolvendo um programa para assistência e acompanhamento de alunos diabéticos na rede Sesi. Na escola dele, ele é o único que tem DM1, e agora a escola fornece um lanche especialmente feito pra ele, e olha que são muito criativos. Tem bolo diet, sanduiche natural, todos os dias suco de fruta natural… Além disso, sempre estão atentos aos sinais e ao que ele mesmo informa sobre sua saúde aos responsáveis da escola.
Quero inclusive agradecer publicamente a escola Sesi 298 – Ribeirão Preto, em especial à vice-diretora Andréia, que tem sido uma parceira durante estes anos, nos ajudando a cuidar do meu maior tesouro, meu filho. Amigos e professores sempre solidários também a ele. Enfim, deixo aqui meu depoimento que diabetes é uma doença séria, muito séria sim, mas que, com consciência, responsabilidade, medicação, alimentação e exercício, todos vocês diabéticos, vão morrer de velhinhos. Lindo isso, né? Ver seus filhos, netos crescerem e compartilharem de uma experiência única de vida, de luta diária, mas de vitória certa.”
***
Compartilhe também a sua história com a gente! Escreva para blogueira@farmaciadocevida.com.br