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terça-feira , 6 de fevereiro de 2024

Dúvida: por que tenho diabetes? E por que devo me preocupar?

Recebi, noite passada, a seguinte pergunta do José:

“Tenho algumas dúvidas sobre o diabetes. Uma delas é que não tive ninguém na família diabético e eu fui “contemplado” com este mal. Outra coisa, não faço uso de insulina, somente medicamentos via oral e procuro controlar a alimentação e mesmo assim minhas taxas medidas em laboratórios ficam sempre acima de 150. E quando efetuado pelo aparelho doméstico, aponta até mesmo hipoglicemia. Não sou obeso mais estou de 5 a 6kg acima do peso e lendo sobre isso, me preocupei e muito.  Tenho razão em me preocupar ou não estou dentro do grupo de risco?”

Provavelmente o José se refere ao texto que postamos aqui semana passada, sobre uma pesquisa que mostra que pessoas dentro do peso normal, que têm diabetes, devem ficar atentas ao controle, já que pesquisas demonstraram que há um risco aumentado de problemas cardíacos. Na verdade, a pesquisa demonstrou isso, mas ainda estão investigando porque isso ocorre. Inúmeros fatores podem estar envolvidos, como a pessoa ter descoberto já numa fase mais avançada, quando o diabetes já havia agido no organismo (diabetes mal controlado leva a uma perda acentuada de peso). Uma das hipóteses é que essas pessoas tenham um tipo de diabetes mais agressivo, genético.

Bom, já publicamos algumas vezes os fatores de risco para diabetes tipo 2, mas nunca é demais repetir:

  1. Familiares próximos portadores de diabetes
  2. Idade maior que 45 anos
  3. Sedentarismo
  4. Excesso de peso ou obesidade
  5. Pressão Alta
  6. Colesterol elevado
  7. Mulheres com antecedentes de filhos nascido com mais de 4 Kg
  8. Diabetes gestacional
  9. Ovário Policístico
  10. Grupos étnicos de alto risco (exemplo: hispânicos, americanos nativos – índios Pima-, afro-americanos)

Quanto mais fatores de risco presentes, maior é a sua chance de desenvolver diabetes tipo 2.

O José não lembra de ter outra pessoa na família com diabetes, não é obeso, embora relate que está um pouco acima do peso, não disse a sua idade e não falou sobre estilo de vida. Por isso, perguntei se ele sabe que tipo de diabetes ele tem. Pode ser que o medicamento não seja o mais adequado para o seu caso. E aí a pessoa precisa ajustar isso com o médico. Não me parece tipo 1, porque, embora a glicemia de jejum esteja um pouco alterada, estaria mais descompensada sem uso de insulina.  A resistência à insulina, presente em pessoas com diabetes tipo 2, pode estar influenciando esse quadro. Resistência à insulina é quando nosso corpo não consegue usar a própria insulina apropriadamente. Ou seja, o açúcar não consegue entrar nas células e fica circulando no sangue.

O ideal seria o José reduzir esse peso a mais (5 ou 6 kg), que ele relata, com reeducação alimentar e atividade física. Excesso de peso contribui para maior resistência à insulina. Há também estudos que demonstram que a musculação tem um efeito bastante positivo na resistência à insulina. É interessante buscar ainda o acompanhamento de uma nutricionista.
Fazendo dessa forma, seus riscos de complicações diminuem.

Quanto ao fato de seu monitor mostrar resultados diferentes dos de laboratório, é interessante que se leve o aparelho no dia do exame de laboratório e peça para que o enfermeiro coloque uma gota de sangue, retirada da veia, no aparelho, para ver se há diferença entre um exame e outro e qual é essa margem. Falaremos mais sobre esse assunto no futuro.

Fonte de pesquisa para informações técnicas: Associação Americana de Diabetes, Associação Nacional de Assistência ao Diabético, Sociedade Brasileira de Diabetes.

***

Semana que vem falaremos de outros tipos de diabetes, como o MODY e o LADA. Aguardem!

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5 Comentários

  1. Olá, Luciana!!! Meu nome é Lucia, sou diabética desde 1994 e tenho vários casos de diabetes na família(parte de pai). Atualmente estou usando bomba de infusão de insulina (desde dezembro de 2010). Recebo as insulinas pela Secretaria Estadual de Saúde e retiro-as mensalmente . Ontem (21/11), não havia insulina ou insumos (cateter, cartuchos…) a serem fornecidos e imprescindíveis para o pleno funcionamento da bomba. Como devo proceder neste caso?? Uso um cartucho de 315 ml na bomba q só dura 3 dias e não tenho condições financeiras de comprar a quantidade necessária de insulina para o mês todo ( em média 400 reais). O Estado não sabe quando chegará insulina e como tenho muitas crises de hiperglicemia, não posso reduzir ou economizar o uso da insulina. Também já passei mal por terem fornecido a insulina incorreta (Lantus ao invés da Novorapid). Espero q possas me ajudar com uma orientação. Tenho 47 anos, 1,55 e peso 74kg. Estou tentando reduzir meu peso, mas está difícil.

  2. sou diabetico tipo 2 e tomo a metioformina 850 apos o almoço juntamente com o aas 100 esta correto.

    • Carlos,

      A metaformina é uma medicação indicada para o tratamento da diabetes. O AAS 100 é indicado para pessoas que tem problemas cardíacos, este é o seu caso?

  3. Acabei de conhecer seu blog. Descobrir ser diabética a 4 meses fazendo um exame de rotina. No exame curva glicemica deu 233…..tomo cloridrato de metformina 500mg….01 comp no jantar….em agosto refiz o exame (não a curva)…e deu 94…..ainda vou no médico…mas estou ansiosa….será q sou mesmo diabética? Devo dizer q mudei radicalmente a minha alimentação…..Era muito “abusada”…comia de tdo….hje não faço isso. Pode me dizer se sou diabética?….Agradeço a atenção.

    • Aidê,

      A SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes, preconiza que exames de glicose em jejum acima de 126mg/dL em 2 ocasiões diferentes, é considerado diagnóstico de Diabetes.Conforme seu relato, você é diabética tipo 2, mas esta conseguindo um bom controle com medicação e alimentação controlada.
      Diabetes não tem cura, mas tem controle, com informação e disciplina, é possível manter um controle da Diabetes, evitando suas complicações.
      Continue se cuidando, vá ao médico regularmente.

      Conte conosco pra tirar suas dúvidas.

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