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sexta-feira , 8 de novembro de 2024

Diabetes Gestacional: Fique atenta a ela!

A gestação é caracterizada por diversas alterações metabólicas, e dentre elas, a Resistência a Insulina, caracterizada pelo aumento da produção de hormônios que antagonizam a ação da insulina.

A Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é uma alteração laboratorial nos níveis de glicemia durante a gestação. A DMG tem sido classificada como qualquer grau de intolerância à glicose com início ou diagnóstico durante a gravidez que pode ou não persistir após o parto, normalmente, desaparecem na amamentação.

Aproximadamente 7% das mulheres são atingidas por essas complicações que tem como causa alterações hormonais que ocorrem durante a gestação e/ou fatores genéticos e ambientais predominantes.

Quais os riscos?

Se não tratada apresenta maior risco de parto prematuro, de aumento da pressão arterial, eclampsia entre outras complicações.
A gestante tem 3 vezes a chance de desenvolver infecção, principalmente urinária.
O excesso de açúcar ultrapassa a placenta e chega até o bebê, aumentando as chances que Lee cresça demais (Macrossomia), aumentando a probabilidade de cesariana.

Complicações fetais:

  • Aborto espontâneo;
  • Macrossomia (ganho excessivo de peso pelo bebê);
  • Hipoglicemia nos recém-nascidos;
  • Risco de má formação congênita;
  • Dentre outros: Hiperbilirrubinemia (icterícia fetal), Hipocalcemia, Complicações pulmonares devido à imaturidade dos órgãos;

Fatores de risco para o desenvolvimento de DMG:

  • Sobrepeso e Obesidade;
  • História familiar de Diabetes, especialmente, parentes de 1°grau com tipo 1;
  • Síndrome do Ovário Policístico;
  • Ganho excessivo de peso durante a gestação;
  • Idade superior a 25 anos e mais graves quando superior a 35 anos (Quanto mais nova menor é o risco);
  • Baixa estatura materna;
  • Gravidez de Gêmeos;
  • Tabagismo;
  • Sedentarismo;
  • Hipertensão Arterial;
  • Pré- Eclampsia;

Fatores protetores:

  • Peso pré-gravídico normal – eutrófia;
  • Idade menor que 35 anos;
  • História de Diabetes familiar negativa;
  • Alimentação saudável e prática de exercício físico;
  • Ausências de complicações obstétricas prévias;

Como é o Tratamento?

Deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, porém o ponto mais importante é a Nutrição, os cuidados e a organização alimentar. Quando o tratamento alimentar não for suficiente para manter os níveis glicêmicos dentre os adequados, o Médico Endocrinologista deve iniciar a terapia com insulina. O acompanhamento do tratamento requer a realização de automonitoração de glicemias em jejum e pós prandial.

A alimentação, como já foi dito, merece uma atenção especial durante toda a gestação. Uma dieta equilibrada garante à saúde do bebê e da mamãe. Se diagnosticado o DMG a alimentação precisa de ser cercada de novos cuidados. O tratamento nutricional que consiste em orientação alimentar, controle na ingestão de carboidrato de rápida absorção e planejamento de ganho de peso ideal.

Tratamento Nutricional:

  • Incentivo ao ganho moderado de peso baseado no IMC pré gestacional;
  • A perda de peso não é recomendada durante a gestação;
  • A ingestão calórica total vai de acordo com o peso atual da gestante e é determinada por uma Nutricionista;
  • Redução no consumo de bebidas com cafeína;
  • Evitar o consumo de açúcares e doces. São calóricos e tem baixo teor de nutrientes e eleva a glicemia e favorece o ganho de peso;
  • Não comer frituras e evitar a ingestão de colesterol (< 300mg/dia). Dar preferência a gorduras boas: azeite de oliva extra-virgem, óleo de canola, ômega 3. São favoráveis ao sistema nervoso do feto e na regulação da pressão arterial;
  • Lembre-se que Leites, derivados e frutas não podem ser consumidos livremente, pois contém um tipo de açúcar que é rapidamente absorvido pelo organismo;
  • Fracionamento de refeições: comer de 3 em 3 horas e evitar longos períodos de jejum;
  • Não comer para 2! É mito dizer que a gestante deve comer para duas pessoas. A gestante deve se preocupar com a qualidade nutricional do alimento e não com a quantidade ingerida: “Quantidade NÃO significa qualidade”;
  • Comer a mais que o necessário leva ao ganho excessivo de peso e aumenta o risco de complicações;
  • A escolha do alimento deve ser saudável e, os mesmos, terão um papel singular para o tratamento da Diabetes Gestacional, por isso, a procura de uma Nutricionista é indispensável;
  • Consuma 20 a 30g de fibras por dia: Diminuem a absorção de glicose, dificulta a absorção de colesterol e lipídeos no intestino, evita picos de hiperglicemias e auxilia na constipação, melhorando o funcionamento intestinal;
  • Adequação de macro e micronutrientes, vitaminas e minerais da dieta;
  • Moderação no consumo de sal e alimentos ricos em sódio. No caso de gestantes hipertensas a restrição deve ser mais severa;
  • Alimentos Lights e Diets podem ser utilizados, mas não de forma exclusiva;
  • Estimular o uso de adoçantes, dando preferência aos não calóricos: aspartame, sacarina, ciclamato, acessulfame-K, estévia e sucralose. Não existe comprovação cientifica que o uso de adoçantes pode fazer mal a saúde do feto ou da mãe, mas utilizar com supervisão médica ou nutricional.

Todos os textos publicados aqui estão sob a proteção da Lei do Direito Autoral Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Camila Cialdini Faria
Nutricionista Clínica | CRN 9: 9661
Especialidade em Diabetes – Centro de diabetes de Belo Horizonte

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