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sexta-feira , 8 de novembro de 2024
Hoje em dia é muito difícil não ter nenhum parente ou não conhecer alguém com diabetes. Infelizmente, os casos dessa doença aumentam exponencialmente a cada ano, tornando-a uma epidemia mundial. É necessário um esforço para diminuir essa epidemia, tomando alguns cuidados diários, como ter uma alimentação saudável e praticar alguma atividade física para evitar o aumento de peso. Porém, para quem já é diabético, além das orientações sobre um estilo de vida mais saudável, os médicos também devem oferecer tratamento medicamentoso.

Antidiabéticos orais: medicações antigas, mas ainda essenciais

Hoje em dia é muito difícil não ter nenhum parente ou não conhecer alguém com diabetes. Infelizmente, os casos dessa doença aumentam exponencialmente a cada ano, tornando-a uma epidemia mundial.

É necessário um esforço para diminuir essa epidemia, tomando alguns cuidados diários, como ter uma alimentação saudável e praticar alguma atividade física para evitar o aumento de peso. Porém, para quem já é diabético, além das orientações sobre um estilo de vida mais saudável, os médicos também devem oferecer tratamento medicamentoso.

A cada ano surgem inúmeros trabalhos científicos na tentativa de desenvolver medicações novas. Entretanto, algumas medicações antigas continuam sendo muito utilizadas por sua segurança e eficácia.

Vamos abordar as quatro classes mais antigas de antidiabéticos orais: Biguanidas, Sulfaniuréias, Meglitinidas e Inibidores de Alfa Glucosidade. Provavelmente, quem conhece um paciente diabético já deve ter ouvido falar em algumas delas.

Biguanidas:

Desde a Idade Média, a planta Galega officinalis era utilizada como tratamento da poliúria (aumento da necessidade de urinar) do diabetes. Essa planta contém uma substância chamada de Guanidina, que é responsável pela redução da glicemia no sangue.

Em 1926, foi publicado um trabalho científico sobre o efeito de uma medicação oral com propriedades semelhantes à insulina, chamada Syntalin, um derivado da Guanidina. Nascia então a primeira medicação para controle do diabetes de uso oral (antidiabético oral – ADO). Porém, em 1940, essa medicação foi retirada do mercado por causar problemas renais e hepáticos.

Ao longo dos anos tentou-se desenvolver novas substâncias e em 1957 foi publicada pela primeira vez a ação da Metformina (Glifage®, Glucoformin®). Antes do uso clínico da Metformina veio a Fenformina que causava muito efeito colateral, sendo retirada do mercado. Demorou para que fosse provado a segurança da Metformina e somente em 1995 foi liberada para comercialização nos Estados Unidos.

Atualmente a Metformina é uma das medicações mais utilizadas para o tratamento do diabetes, pois sua ação reduz a quantidade de glicose produzida pelo fígado (diminuindo a resistência insulínica), não provoca hipoglicemia se usada isoladamente e tem baixo custo. Seus efeitos colaterais são diarréia, flatulência, náusea e dor abdominal. Esses efeitos podem ser atenuados se a Metformina for ingerida após a refeição, iniciando-se o tratamento com doses pequenas e gradativas ou através do uso de formulações de liberação lenta no organismo (formulações XR).

Sulfoniluréias:

Em 1955, essa outra classe de ADO começou a ser utilizada. As Sulfoniluréias estimulam o pâncreas a produzir mais insulina, atuando na célula beta (células que estão dentro do pâncreas e são responsáveis por produzir insulina) e com isso diminui a glicose no sangue.

Existem duas gerações de drogas desta classe. No Brasil, apenas a Clorpropamida (Diabinese®) ainda é comercializada como medicação da primeira geração, porém sua aplicação está cada vez mais em desuso por causar muita hipoglicemia. As medicações de segunda geração são Glibenclamida (Daonil®), Glipizida (Minidiab®), Gliclazida (Diamicron®) e Glimeperida (Amaryl®). Essas também podem causar hipoglicemia, mas em menor grau quando comparadas com as medicações de primeira geração.

Meglitinidas:

A exemplo das Sulfoniluréias, as Meglitinidas aumentam a secreção de insulina estimulando o pâncreas, mas atuam de forma diferenciada e também podem promover a hipoglicemia. Elas são rapidamente absorvidas e eliminadas, por isso têm maior indicação quando necessita diminuir a glicemia que aumenta logo após a refeição (glicemia pós prandial). São elas Repaglinidas (Prandin®) e Nateglinidas (Starlix®).

Inibidores de Alfa Glucosidade:

O único inibidor comercializado no Brasil é a Acarbose (Glucobay®, Aglucose®). Ela inibe algumas enzimas que estão na parede do intestino delgado, retardando a digestão e a consequente absorção de carboidrato pela parede do intestino, adiando a passagem de glicose para o sangue. Por este motivo, a Acarbose é mais eficaz para reduzir a glicemia pós prandial. Seus principais efeitos colaterais são flatulência, dor abdominal e diarréia. Vale lembrar que com o decorrer dos anos e com o surgimento de novas substâncias, algumas medicações mais antigas passaram a ser menos utilizadas. Entretanto, pelo fato de que cada uma dessas medicações atua de forma diferente, o médico pode fazer várias associações, sempre respeitando as particularidades de cada paciente.

Escrito por:
Drª. Flávia Calderini Rosa.
Médica Endocrinologista da equipe Clínica Christiane Sobral.

As informações acima têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

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