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segunda-feira , 5 de fevereiro de 2024

A família e os fatores que contribuem para o enfrentamento de doenças crônicas

Maio, além de ser o mês das mães, também é um mês dedicado à família. Pensando nisso, resolvi escrever sobre como a família pode encontrar meios de enfrentar situações desafiadoras, como a chegada de uma doença crônica.

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Especificamente o diabetes nos coloca desafios diários. Sejam eles de superação, aceitação, criação ou simplesmente adaptação. Mas quais são os fatores que possibilitam a certas famílias uma superação e enfrentamento com menor estresse que outras? Por que alguns grupos familiares reagem positivamente frente a experiências dolorosas? Quais são as capacidades que as famílias têm para não sucumbirem em momentos de crise? Saiba como identificar essas estratégias, e  reforçá-las no seu dia a dia.

Estão entre os fatores que colaboram para uma resolução positiva nos momentos de crise:

–        a capacidade de formar redes sociais: não só na internet, claro, mas com familiares, amigos, vizinhos, outros grupos que atravessam a mesma situação, associações, entidades. As trocas em grupos facilitam e colaboram para a elaboração de traumas e situações de estresse. O isolamento, em alguns casos, colabora para o aparecimento de doenças emocionais (depressão, síndrome do pânico).

–        o fortalecimento da relação de casal (pais): a vivência de uma situação inesperada pela família, principalmente a chegada de um diagnóstico de doença crônica em um dos filhos, pode ser um fator de enfraquecimento do vínculo conjugal, mas em muitos casos, pode também se tornar um fator de fortalecimento deste vínculo. É importante o casal manter-se aberto para uma boa e saudável comunicação. A cooperação, o apoio mútuo, o estímulo e o reconhecimento das virtudes e defeitos ajudam no amadurecimento da relação de casal.

–        bom nível de autoestima (pelo menos por um dos integrantes adultos do meio familiar): a autoestima está ligada à valorização, e à satisfação que cada pessoa tem a respeito de si mesma, e com a confiança em suas próprias capacidades. É um elemnto básico da identidade de cada um. Um bom nível de autoestima nos membros da família, mesmo que enfrentando o diagnóstico de uma doença crônica, faz com que existam avanços frente à crise. A autoestima propicia que se busquem relações vinculares com outras pessoas, já que se sentem merecedores desta atenção e respeito. Muito importante para evitar o isolamento.

–        bom nível de comunicação acerca da doença: falar sobre o assunto e a respeito das emoções e sentimentos que a doença mobiliza na família é abrir espaços para comunicar e compartilhar angústias e medos da situação com todos da família. Assim se produz alívio, aumentam-se as forças psicológicas de cada membro e reforçam-se  os vículos entre o grupo. É preciso ter a possibilidade de falar sobre os sentimentos positivos e negativos da doença. Falar da ambivalência de sentimentos que estão envolvidos no cuidado da pessoa com a doença.

–        possibilidade de disfrutar das circunstancias da vida: é preciso reconhecer que a doença ou discapacidade não pode impedir a família de seguir vivendo. Não se pode deixar que a discapacidade limite a vida de todos os membros da família. É importante propiciar momentos de convivência entre todos os familiares e facilitar trocas de cuidadores. Se a mãe é a responsável, deve haver momentos de substituição, com o pai ou os irmãos. Se os filhos são os cuidadores, é necessário fazer um rodízio entre os irmãos. Todos podem ser responsáveis.

–        predomínio de emoções como o otimismo e a esperança: não quer dizer que se está negando as dificuldades, mas que se vive com a capacidade de ressaltar os aspectos positivos nas situações diárias. A presença destes sentimentos permite imaginar e projetar situações futuras de melhoria ou superação das dificuldades presentes.

–        bom-humor: permite a família colocar-se acima da rotina problemática e até rir da situação que se vive. Assim, acaba-se diluindo, ou amenizando, o momento dramático e estressante dos cuidados diários. A essência do humor reside em ter a capacidade de rir de si mesmo, e com isto tornar leve o que está pesado demais.

–        flexibilidade: buscar soluções utilizando estratégias já conhecidas, e outras novas, diante das situações que se apresentam. Significa buscar soluções sem ser rígido, usando a criatividade, avaliando permanentemente êxitos e fracassos. A redefinição de regras familiares e funções determinadas anteriormente, podem sofrer alterações. É preciso estar aberto a trocar de papel, e por vezes, ter mais de um papel na família.

–        criatividade: ligada ao anterior, já que a flexibilidade possibilita ser criativo. A criatividade se manifesta na capacide de transformar, inovar e propor hipóteses e maneiras diferentes de encarar as situações, estratégias originais frente às circunstâncias que se vive.

–        capacidade de não se sentir culpado: principalmente em relação ao diagnóstico e as limitações da doença. O contrário, só provoca o sentimento de dívida eterna, como se isso fosse alterar alguma coisa, ou amenizar sofrimentos.

–        capacidade de cooperação, solidariedade e colaboração: apoio mútuo e divisão de tarefas. As famílias que se utilizam dessas atitudes acreditam que seus êxitos são a soma dos esforços de todos.

–        atitudes de reconhecimento e estímulo: entre todos os membros familiares. Deixando de lado a recriminação, o deboche e a ironia, que muitas vezes só atrapalham e tumultuam as relações familiares.

 

E por fim, para reflexão, é importante dizer que não se pode generalizar que estes fatores, citados acima, sejam características de todas as famílias que sairam fortalecidas de uma situação de crise. Um fator ptotetor para um grupo familiar pode não ter siginificado algum para outro grupo. E também, um fator positivo numa determinada fase pode não servir em outro momento. Cada família, em sua singularidade, encontrará suas próprias fortalezas, ou deverá se esforçar para construí-las.

 

(Texto baseado no livro Familia y Discapacidad, de Blanca Aída Nuñez, 2007.)

 

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Um Comentário

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