Você costuma praticar sua atividade física com um tênis de corrida de longa data? Gosta muito dele e não pretende mudar de tênis? Saiba que correr com sapatos desgastados pode levar a lesões, acarretando em meses de tratamentos.
Bom, uns falam que devem aposentá-lo quando estiverem um “trapo”, outros dizem quando o mau-cheiro estiver insuportável e outros mais dizem respeito a distância que aquele tênis aguenta.
Alguns estudos rotulam uma distância que você pode deixá-lo de lado, cerca de 500 a 800 quilômetros de uso.
Quem está certo afinal?
Talvez nenhum de nós. Segundo Rodger Kram, um pesquisador de biomecânica da Universidade do Colorado, temos tênis feitos de materiais diferentes. Alguns destes duram mais que os outros.
Os componentes mais importantes do tênis são a entressola (sola do meio) e o solado (sola exterior). As entressolas são feitas ou de acetato de vinila (EVA) ou de poliuretano. O EVA que é um maior é mais leve e tem uma maior capacidade de amortecimento que o poliuretano, porém, este último é mais durável que o EVA.
Porém, alguns fabricantes, para dar um charminho a mais, colocam bolsas de géis e ar nas entressolas, reduzindo, assim, ainda mais a durabilidade da entressola.
As solas são feitas de borracha aerada (expandida com injeção de ar) ou borracha de carbono. A primeira é mais leve e tem um melhor amortecimento, contudo dura menos que a sola de carbono.
Cada um tem suas vantagens… Se optar por um tênis com a entressola de poliuretano e sola de borracha de carbono, terá um tênis que durará mais, mas não lhe garantirá amortecimento e leveza. Se optar por um tênis com entressola de EVA e sola aerada, terá mais leveza e amortecimento, porém durará menos.
Eu prefiro a segunda opção, pois uma quantidade moderada de amortecimento melhora a execução de eficiência da corrida.
Um outro estudo, feito pelo Dr. Jacob Schelde, na Dinamarca, coloca em questão a relação TEMPO DE USO DO CALÇADO pelo ÍNDICE DE LESÕES. Apesar de ser um estudo longo, de 15 meses, e com 600 corredores, não conseguiram encontrar relação entre o tempo do tênis utilizado e o risco de lesão do corredor.
Outro ponto interessante focado em estudos observacionais foi que o foco dos tênis variam de acordo com a MODA. Exemplo, lembra quando falava-se muito de amortecedores? Daí vieram tênis super amortecidos. Depois vieram umas pessoas falando do “barefoot running”, a moda de correr descalços. Andamos junto com um modismo.
Apesar das advertências, ninguém realmente sabe. E com tantas variáveis – tipo de sapato, o peso corredor, superfícies de rolamento, correndo estilo – talvez nunca haja uma resposta simples.
O que deve levar em consideração:
– Características do atleta (peso, biomecânica da passada e pisada).
– Materiais envolvidos na produção do tênis.
– Formas do uso (freqüência de treinos, terreno, umidade, temperatura do asfalto, limpeza e armazenamento).
Dicas para escolher um tênis de corrida ótimo!
– Coloque seu tênis sobre uma superfície reta e observe se há assimetrias, desequilíbrios, inclinações ou algum tipo de desgaste.
– Repare na entressola. Veja se está quebradiça ou reduziu a espessura, pois, se ela estiver desgastada, pode diminuir o amortecimento e estabilidade.
– Prefira, sempre, o tênis mais confortável para o seu pé.
– Outra dica legal é anotar na linguinha do tênis a data que foi comprado! Assim, consegue saber quanto tempo de corrida tem o seu calçado.
Até mais.