Faz muito tempo que fala-se dos benefícios dos probióticos mesmo antes de se saber que estes são os fermentados que tomamos desde crianças. Mas o destaque aconteceu após matéria da Revista Veja de 28 de novembro de 2012 onde alertava a população ávida por uma solução milagrosa para a obesidade em cima da importância das bactérias que colonizam nosso intestino e seu importante papel para redução de peso.
Bom, não vou me ater à este único tópico, devido à grande complexidade do assunto. Mesmo porque, a relação dos probióticos e a obesidade; a solução no emagrecimento e a relação com as bactérias ainda não está completamente elucidada e não se sabe como essa reposição deveria ser feita para que os probióticos poderem, até o presente momento, auxiliar no emagrecimento e quais seriam as doses ideais.
O termo probiótico foi recentemente definido como “microorganismos vivos que quando consumidos em quantidades adequadas conferem um saudável benefício em seu hospedeiro”. Tudo bem, mas e daí?! Pois é, foi a pergunta que eu me fiz por muito tempo. Por isto, resolvi ir mais a fundo no assunto e descobri que essas bactérias, que colonizam naturalmente nosso trato gastrointestinal, nos trazem diversos benefícios à saúde e que, a desordem delas, pode gerar alergias, desarranjos intestinais, problemas de pele e, mais recentemente, dificultar no emagrecimento!
Os principais tipo de bactérias que colonizam entre nosso intestino delgado e grosso são os Lactobacillus e as Bifidumbactérias. Estas colonizam o intestino e formam uma fina camada protetora entre a parede do intestino e o bolo alimentar, inibindo a colonização por bactérias nocivas ao nosso organismo e que estas atinjam a corrente sanguínea. Elas agem produzindo um tipo de antibiótico endógeno chamado Bacteriocinas, reduzindo o pH intestinal, produzindo alguns tipos de ácidos orgânicos (exemplo. ácido acético e ácido lático) e competindo com as bactérias de fora pelos nutrientes, garantindo, consequentemente, a boa absorção dos nutrientes da nossa dieta e que fiquemos longe de doenças inflamatórias, infecciosas, intestinais e alergias.
Alguns estudos ainda mostram que a reposição com os probióticos podem, além de melhorar o funcionamento intestinal e alergias, melhorar sintomas de gastrite, quando associado à bactéria H. pylori (sabe quando você faz aquela endoscopia e vem aquele resultado: Pesquisa para bactéria H.Pylori positivo?! Daí você tem que tomar aquele montão de antibióticos misturados com protetores gástricos por mais de 1 mês.)
Outros estudos ainda sugerem que a suplementação com probióticos melhoram sintomas de dermatite atópica, eczema de contato, rosácea, dermatite seborréica e reações alérgicas da pele em geral, baseado na teoria que estes ajudam na manutenção e recuperação da homeostase da pele e na melhoria da resposta imune das células desta.
Um estudo mostrou um tipo específico, o Lactobacillus johnsonii, em pacientes que seriam submetidos à radiação ultravioleta. A suplementação com esta bactéria, neste grupo, levou a uma resposta imunológica pós radiação solar, não em termos de redução no eritema/vermelhidão pós-exposição, mas aumentando a velocidade de recuperação da pele pós radiação e melhorando a resposta imunológica, o que pode representar uma nova estratégia em termos de fotoproteção contra maiores danos solares.
E você aí vai continuar sem as suas bactérias do bem?