Diabetes sob Controle com Mobilidade Urbana

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Bairros projetados para facilitar que os moradores caminhem com mais frequência podem ajudar a prevenir o diabetes. De acordo com um levantamento realizado por pesquisadores do Hospital St. Michael e do Instituto de Ciências Clínicas de Avaliação, e publicado no periódico Diabetes Care, pessoas que dependem mais do carro para serviços básicos, como pequenas compras, têm 50% mais chances de desenvolver a doença.

No estudo, descobriu-se que os riscos são particularmente mais altos para os novos imigrantes que moram em vizinhanças de baixa renda. Os bairros menos caminháveis são aqueles que têm poucos destinos que levam a caminhadas de 10 minutos, como lojas e serviços, que têm uma densidade residencial mais baixa e com menos conexão entre as ruas. Essas pessoas, segundo o estudo, têm até 50% mais chances de desenvolver o diabetes.

“Embora o diabetes possa ser prevenido com atividade física, uma alimentação saudável e perda de peso, descobrimos que o ambiente onde uma pessoa mora também funciona como um importante indicador para determinar o risco”, diz Gillian Booth, endocrinologista e pesquisadora do Hospital St. Michael e coordenadora do estudo.

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Os casos de diabetes estão crescendo no Canadá, mas a mesma tendência ocorre globalmente, até mesmo em países menos industrializados. Isso se deve em parte à mudança residencial da área rural para a urbana em países em desenvolvimento. Essa mudança está, geralmente, associada a um aumento da exposição a alimentos não saudáveis, menos oportunidades de atividade física e a um risco aumentado de se tornar obeso e desenvolver diabetes.

Levantamento — O estudo analisou dados da população de Toronto com idade de 30 a 64 anos (mais de 1 milhão de pessoas), e identificou aqueles que não tinham diabetes. Essas pessoas foram acompanhadas por cinco anos para se verificar se os riscos de desenvolver diabetes aumentavam com base no local onde moravam.

Para determinar quais bairros eram mais propícios à caminhada, os pesquisadores desenvolveram um índice que tinha como base fatores como densidade populacional, conectividade entre as ruas e a disponibilidade de destinos caminháveis, como lojas e serviços acessíveis em uma caminhada de 10 minutos.

Segundo Gillian, os bairros menos caminháveis estavam localizados geralmente em áreas pouco desenvolvidas, uma característica da expansão urbana. “Estudos anteriores já haviam avaliado o quanto um bairro que propicia a caminhada pode afetar a saúde, mas esse é o primeiro a avaliar o risco de desenvolver uma doença”, diz. A especialista afirma ainda que os resultados enfatizam a importância do projeto dos bairros na influência da saúde de populações urbanas.

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