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Dado Villa Lobos

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Brasil, anos 80, abertura política, liberdade de expressão depois de tantos anos de repressão. Chegou a hora da mudança de discurso. A juventude passou a curtir novos hits e começam a surgir novas bandas de rock. Mais precisamente no distrito Federal surge uma que deixou saudades, garotos vestindo jeans e camisetas, fazendo um grande sucesso, exemplo de companheirismo com músicas intimistas, mas em sintonia com os egos daquela rebelde geração. O grupo Legião Urbana, formado por Renato Russo, Dado Villa Lobos, Marcelo Bonfá lançaram seu primeiro disco em 1985.

Acostumados a fazer shows de grande repercussão por todo país, tiveram de lidar com o fanatismo do público e situações muitas vezes difíceis para que tudo saísse perfeito no palco. Para fazer parte de tantas exigências, imagino que a saúde de seus componentes deva ser primordial.

E é dessa forma, que Eduardo Villa Lobos, guitarrista e autor das belas músicas do grupo, encarou sua jornada. Ele que desde os 11 anos de idade é portador de Diabetes Tipo 1, conseguia harmonizar tudo, sem prejudicar sua saúde, conciliando o trabalho que demandava muita energia física e mental.

Fazia suas medições no camarim, administrava as eventuais baixas de glicose tendo à mão uma lata extra de coca cola, e dava conta do recado. A realização profissional ajuda muito ao diabético, mesmo em situações estressantes, o indivíduo consegue assumir o controle, apenas precisando se ajustar as novas exigências. Hoje Dado Villa Lobos, casado, pai de dois filhos, trabalha em seu estúdio e, entre prêmios de trilhas sonoras para filmes e novos arranjos, deve estar com a vida estabilizada, tudo porque conseguiu resolver sua necessidade básica.

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Em 2001 numa entrevista com a revista De bem com a Vida, ele comenta que espera ardentemente que a ciência desenvolva um método de controle do diabetes mais fácil. “Quem sabe um relógio que monitora a glicose através da pele, ou clones de minhas células beta”, brinca. Dado reconhece que os monitores de glicemia melhoraram muito. Para ele, as pessoas em geral não têm noção do que seja diabetes. “Com certeza o preconceito existe, pois é socialmente inaceitável qualquer tipo de deficiência física. Somos nós que precisamos mudar isso com o nosso entusiasmo e otimismo. O diabetes é uma disfunção, não uma doença. Só depende da gente querer viver bem e ser feliz”.

Dado enfatiza que o objetivo da entrevista foi passar uma mensagem especial, dando o seu exemplo.

“Consegui chegar aos 25 anos de diabetes tipo 1 sem sequela alguma e agora sou homenageado como ‘diabético-modelo’. Acreditem, o prognóstico para aqueles que estão sendo diagnosticados agora é bem mais favorável e promissor. Eu jamais fui impedido de levar uma vida normal junto dos meus amigos na infância e adolescência, com todos seus excessos e experimentações. Percebo hoje a importância das pessoas, dos amigos, familiares e médicos que sempre estiveram me cobrando, monitorando e dando o devido apoio esses anos todos. Sou da opinião que o segredo para evitar sequelas e levar uma vida normal é simplesmente não tolerar níveis altos de glicose no sangue por muito tempo, é insuportável e dá um mau humor terrível. O diabetes não é o problema, o problema maior é conviver com gente baixo astral”.

 

Raquel Limonge

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