Diabetes LADA pode mesclar características de tipo 1 e de tipo2

Pessoa acima de 25 anos com sintomas de diabetes. Apesar de não apresentar todos os sintomas clássicos de diabetes tipo 2, como obesidade, por exemplo, é diagnosticada como tal, e começa a ser tratada com medicamentos orais. Passados alguns meses, o controle torna-se cada vez mais difícil e a pessoa evolui para uso de insulina. Na verdade, não era diabetes tipo 2 e, sim LADA – Diabetes Latente Auto-Imune do Adulto. Assim como MODY não é tipo 2 em jovens, LADA não é necessariamente diabetes tipo 1 em adulto. Cada vez mais os estudiosos têm se aprofundado nesse tipo de diabetes, descoberto na década de 1970. Eles têm descoberto que o LADA mescla características do diabetes tipo 1 e do diabetes tipo 2. Por isso, vem sendo chamado de diabetes 1,5.

Esse tipo de diabetes atinge 10% dos portadores de diabetes e pode ser mais comum do que o diabetes tipo 1, mas também é comum ver pessoas diagnosticadas como tipo 1, mas que na verdade são LADA. Seu mecanismo é bem parecido com o tipo 1, ou seja, o corpo ataca as células produtoras de insulina do pâncreas. Os sintomas são os clássicos de diabetes: aumento da sede, aumento da frequência urinária, fadiga, boca seca, visão borrada, cicatrização lenta de cortes ou feridas. Embora seja parecido, seu desenvolvimento é muito mais lento do que no diabetes tipo 1.

Para o diagnóstico de LADA, os médicos primeiro avaliam o seu histórico: se há casos de diabetes tipo 1 na família, se você tem alguma outra condição auto-imune, como artrite reumatoide ou doença celíaca. Será, então, solicitado um exame chamado ANTI-GAD, que pode confirmar a condição auto-imune. A presença de anticorpos também podem prever a progressão para o uso de insulina.

Não raro, até mesmo médicos desconhecem a condição e as pessoas acabam diagnosticada como tipo 2. Ainda está em debate como deve ser o tratamento do LADA. Enquanto algumas pessoas podem ser tratadas com comprimidos, como a metformina, outras têm de entrar na terapia com insulina.

O uso de insulina pode aumentar a probabilidade de hipoglicemia, baixo açúcar no sangue, mas pode ajudar a desacelerar a perda de células produtoras de insulina. Tal como acontece com outros tipos de diabetes, uma dieta saudável, equilibrada e a prática de atividade traz benefícios.

Um estudo do Diabetes UK Prospective descobriu que os anticorpos específicos para os casos LADA são encontrados em entre 6% e 10% dos casos de diabetes. Entre os pacientes mais jovens, a incidência é mais comum.

Existem algumas pistas que podem  levar à suspeita clínica de LADA:

– Ausência de síndrome metabólica
– Hiperglicemia não controlada com uso de agentes orais
– Evidência de doenças auto-imunes

Pessoas com LADA que apresentam características de síndrome metabólica são chamadas de diabéticas 1,5. Outra característica que aproxima esse tipo de diabetes do diabetes tipo 2 é a presença de risco aumentado para problemas cardiovasculares e de complicações microvasculares, como retinopatia e neuropatia.

Vale a pena ler este outro texto já publicado aqui no blog Educação em Diabetes sobre o assunto:

– Outro tipo de diabetes: LADA ou do tipo 1,5