Esta é uma doença silenciosa e que tem crescido de forma preocupante no mundo todo. Aproximadamente 285 milhões de pessoas no planeta convivem com a enfermidade, o que significa gastos de quase 400 bilhões de dólares anuais para o seu controle e tratamento.
Infelizmente, a epidemia de diabetes também já causa um impacto grande no sistema de saúde brasileiro. Estudos recentes apontam para a presença de 12 milhões de diabéticos no país, dos quais 50% desconhecem que têm a doença. Hoje, a falta de informação e tratamento adequado são os maiores responsáveis pelas sérias complicações resultantes da doença. No entanto, apesar de o diabetes não ter cura é possível sim, com os recentes avanços da medicina na área, controlar seus sintomas e ter uma vida sem muitas restrições.
O diabetes Mellitus (dM) é, na verdade, um grupo de doenças metabólicas caracterizadas pelo aumento de açúcar (glicose) no sangue, a hiperglicemia. Pode ser decorrente da deficiência de produção e/ou ação da insulina, que é o hormônio responsável pela captação da glicose do sangue. A glicose desempenha um papel-chave no organismo, sendo um dos “combustíveis” essenciais para o funcionamento das células. Por envolver alterações globais nos metabolismos de carboidratos, proteínas e gorduras, o diabetes é uma doença muito complexa e que requer atenção permanente.
Existem diferentes formas de diabetes: o tipo 1, o tipo 2, o gestacional e os que estão relacionados às doenças pancreáticas, alterações genéticas, infecções e outros distúrbios endócrinos. O diabetes chamado tipo 1, que costuma se manifestar na infância ou adolescência, é uma doença autoimune que afeta o pâncreas e atinge as células responsáveis pela produção de insulina. Já no diabetes tipo 2, o paciente comumente apresenta uma produção normal de insulina, mas as células dos tecidos do corpo (como músculos e estoques de gorduras) não são capazes de reconhecê-la de forma eficiente, o que resulta num processo conhecido como resistência à insulina. O diabetes tipo 2 é 10 vezes mais comum em relação ao tipo 1 e tem uma forte relação com a idade, sedentarismo e obesidade.
A longo prazo e independentemente do tipo de diabetes, o aumento dos níveis de glicose no sangue leva a complicações sérias, como dificuldade de cicatrização, infecções frequentes, problemas oftalmológicos (catarata e alterações retinianas), infarto e derrames, além de insuficiência renal e neuropatias específicas da doença. Seu tratamento envolve diferentes especialidades médicas e é focado no controle da glicemia, no manejo da resistência à insulina (quando há), na educação para prevenir complicações e no incentivo à adoção de um estilo de vida saudável, com dieta balanceada e exercícios físicos.
Dra. Christiane Sobral
As informações acima têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
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