Pré-diabetes: andando na corda bamba

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Você está andando na corda bamba. De um lado, a altura é de um passo. Cair para esse lado representa estar a salvo. Já do outro, há um abismo. Uma vez que você se desequilibre, não há volta. O pré-diabetes é assim.

Conte até 13 e terá mais uma pessoa diagnosticada com diabetes no mundo, segundo informações do Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA 2012) realizado no último final de semana, na Filadélfia, EUA. Quem não quer entrar nas estatísticas, mas já apresenta alterações glicêmicas deve tomar todo cuidado para não cair do lado errado da corda.

Segundo a ADA, o termo pré-diabetes, assim como sugere, identifica aqueles indivíduos com risco potencial de desenvolvimento de diabetes. É uma condição intermediária entre a normalidade e o diabetes tipo 2 do adulto. Nem todos os indivíduos com pré-diabetes evoluirão para diabetes, mas são considerados de risco para essa progressão.

E como identificar o pré-diabetes? A definição laboratorial de pré-diabetes se dá quando a taxa de glicemia de jejum (mínimo de oito horas) encontra-se entre 100 e 125 mg/dl e/ou quando o valor de glicemia na segunda hora do teste de sobrecarga oral a glicose (também chamado de curva glicêmica) está entre 140 e 199 mg/dl (indivíduos classificados também como intolerantes à glicose).

Por isso, é bom ficar de olho nos fatores de risco para diabetes tipo 2. Quais são eles?

  • História familiar de diabetes tipo 2
  • Idade acima de 45 anos
  • Evidência de tolerância à glicose comprometida
  • Inatividade física
  • Sobrepeso (acima do peso normal)/Obesidade
  • Antecedente de diabetes gestacional

Boa notícia
Uma pesquisa norte-americana aponta que o risco de ter a doença diminui em 56 % em sete anos, caso passem a controlar a taxa de açúcar no sangue. O estudo da Associação Americana de Diabetes, publicado na revista científica “The Lancet”, e conduzido pelo Programa de Prevenção de Diabetes dos Estados Unidos, fez testes de redução de glicose no sangue em 3.000 pacientes com pré-diabetes.

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A análise mostrou que todos tiveram a função da glicose normalizada e o risco de diabetes diminuído. Ou seja, as chances de sair ileso da corda bamba aumentam, conforme os cuidados em manter as taxas dentro do parâmetro normal. Essa prática, de acordo com autores do estudo, reforçam a necessidade de mudanças no padrão de atendimento para o tratamento precoce e agressivo de redução de glicose em pacientes com alto risco de diabetes.

Veja as recomendações da ADA para prevenção de diabetes tipo 2 e converse com seu médico a respeito:

  • pacientes com intolerância à glicose (IGT) (A), glicemia de jejum alterada (IFG) (E), ou A1C entre 5,7-6,4% (E), devem ser encaminhados a um programa de perda de peso de 5-10% e aumento da atividade física (mínimo de 150 minutos por semana com caminhada, por exemplo);
  • para que o tratamento seja bem sucedido, consideramos importante que haja um acompanhamento com aconselhamento;
  • além das recomendações sobre mudança do estilo de vida, deve considerar-se também o uso da metformina para pacientes com risco muito elevado de desenvolverem diabetes (combinação de IFG + IGT com outros fatores de risco como A1C maior que 6%, hipertensão, colesterol HDL baixo, triglicérides elevado ou história familiar de diabetes em parentes de 1º grau). A mesma abordagem deve ser aplicada a indivíduos obesos com idade inferior a 60 anos;
  • anualmente deve ser feito monitoramento naqueles indivíduos diagnosticados pré-diabéticos.

Quanto antes começar a se cuidar, mais fácil será de se manter bem longe do abismo.

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