Uma vez, haviam dois tipos de diabetes, as crianças principalmente tem um tipo e os adultos com a outro. Hoje, sabemos que os jovens podem ter diabetes do tipo 1 e tipo 2, que geralmente aparece na idade adulta. Durante a gravidez, as mulheres podem apresentar a diabetes gestacional , que se assemelha a do tipo 2 e geralmente desaparece após o parto. Os cientistas identificaram vários subtipos de diabetes além dos tipos 1 e 2. O mais comum deles é chamado de diabetes latente auto-imune do adulto (LADA), e responde por aproximadamente 10 por cento das pessoas com diabetes, tornando-se provavelmente mais disseminada do que o tipo 1.
Então, por que mais pessoas não ouviram falar dela? LADA pode ser classificada como uma variação de progressão mais lenta da diabetes tipo 1, porém muitas vezes é diagnosticada como tipo 2. Atualmente, ainda há muita incerteza sobre como exatamente pode ser definida a diabetes tipo LADA, como ela se desenvolve, e qual a é importância para o paciente em saber se ele têm este tipo de diabetes.
Os médicos depararam com o fenômeno LADA quase por acaso na década de 1970. Eles estavam testando uma forma de identificar proteínas chamadas auto-anticorpos no sangue de pessoas com diabetes tipo 1. A presença dessas proteínas é a evidência de um ataque de seu próprio sistema imunitário. O novo teste foi bem-sucedido e confirmou, pela primeira vez que a diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune em que o sistema imunológico do organismo mata as células beta do pâncreas, que são responsáveis pela produção de insulina.
Como parte de seu estudo, os pesquisadores também procuraram o mesmo auto-anticorpos na população em geral e em pessoas com diabetes tipo 2 (que não é uma doença auto-imune). As proteínas são virtualmente inexistentes na população em geral, mas foram detectadas, para a surpresa dos cientistas, em cerca de 10% das pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2. Isto sugere que existe uma subcategoria de pessoas que poderiam agora ser diagnosticada como tendo LADA, mesmo que não houvesse nenhuma diferença óbvia em seus sintomas com relação as pessoas com diabetes tipo 2.
Embora nem todos se estabeleceram na chamada condição LADA (alguns preferem ” Diabetes tipo 1.5“), ou mesmo se é distinto do tipo 1, pesquisadores estão trabalhando em um conjunto de critérios para seu diagnóstico:
Esta definição permitiria distinguir LADA da diabetes tipo 1, porque as pessoas diagnosticadas com o tipo 1 geralmente iniciam a aplicação de insulina imediatamente após o diagnóstico, da diabetes tipo 2, devido à presença de auto-anticorpos no sangue. Há ainda alguma controvérsia sobre se estes são os melhores critérios para o diagnóstico LADA. Mas “o conceito geral é muito bem aceito”, diz Jerry Palmer, médico, professor da Universidade de Washington em Seattle.
O debate sobre LADA levou alguns médicos a se afastar da idéia de que os vários tipos de diabetes são entidades verdadeiramente independente. “Achamos que há um continuum de diabetes em geral”, diz Suat Simsek, médico, professor da VU University Medical Center, na Holanda. Os auto-anticorpos e seus efeitos sobre a saúde das células beta podem ser a chave para a definição da relação entre diabetes tipo 1, tipo 2, e LADA. Os cientistas descobriram que há vários tipos diferentes de auto-anticorpos relacionados ao diabetes. Pessoas com diabetes tipo 1 têm níveis mais altos e mais tipos destas proteínas (auto-anticorpos) do que aqueles com LADA, esta pode ser a razão pela qual as células beta são destruídas mais rapidamente no diabetes tipo 1 do que no LADA. Na diabetes tipo 2, auto-anticorpos são geralmente ausentes e, como conseqüência, a diminuição das células beta é a mais lenta.
Havia alguma esperança de que a genética ajudaria a estabelecer os limites da diabetes. Mas um estudo realizado em 2008 em Diabetes constatou que, geneticamente, LADA tem características de ambos tipos de diabetes, tipo 1 e tipo 2. Desta maneira, LADA parece cair em algum lugar entre os tipos 1 e 2 no espectro de diabetes, embora talvez mais do tipo 1.
Fonte: Diabetes Forecast
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