Diabulimia: Transtorno Alimentar no Diabetes

O que é Transtorno Alimentar?

Com os novos padrões estéticos, o culto às mulheres magras e aos homens musculosos tem feito com que muitas pessoas se sacrifiquem sua saúde em prol da beleza.

É cada vez maior, o número de registros de transtornos alimentares, afetando, principalmente, pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1. A insulina e alimentos ricos em carboidratos de rápida absorção, usados para tratar hipoglicemia, são vistos pelos pacientes,  em especial, as mulheres, como uma barreira para manter o corpo dentro dos padrões de beleza e estética dos dias de hoje.

A anorexia se caracteriza pelo medo mórbido de engordar e pelo distúrbio da imagem corporal, neste caso, o paciente passa a recusar a ingestão de alimentos. Já a bulimia é caracterizada por compulsões periódicas, onde o paciente ingere grandes quantidades de alimento e, depois, tenta se livrar do alimento e das calorias ingeridas com métodos compensatórios, como, por exemplo, o vômito. Além desses transtornos, existe um tipo especial que acomete as pessoas portadoras de Diabetes, a Diabulimia é a situação em que o paciente diminui as doses de insulina ou, simplesmente, deixa de tomar o hormônio para provoca o emagrecimento.

A Diabulimia

Na realidade, a Dibulimia não é um tema novo, a desordem vem sendo estudada desde os anos 80, mas em 2005, ganhou visão e importância, além do nome. O distúrbio alimentar e psicológico acomete adolescentes e adultos que sofrem de Diabetes tipo 1, onde o uso da insulina é obrigatório, já os pacientes com Tipo2, o tratamento envole medicação, atividade física e alimentação.

A Diabulimia é um transtorno alimentar especifico que afeta apenas pessoas com Diabetes tipo 1. O transtorno, simplesmente, reúne os malefícios de duas doenças: A Diabetes tipo 1 e a Bulimia Nervosa, que em alguns casos, acaba resultando na participação de uma terceira doença, a Anorexia.

A característica da Diabetes é a falta de utilização periférica de glicose, e consequentemente, seu aumento na corrente sanguínea. Quando o açúcar no sangue está elevado, há perda de peso. Os diabéticos precisam de insulina para metabolizar o alimento e convertê-lo em energia. Se não há insulina, o corpo não tem como utilizar a glicose proveniente dos alimentos e ocorre o surgimento de Hiperglicemia, seguida de grande perda de peso corporal, evento comum antes do diagnóstico. Essa evolução ocorre quando o portador de Diabetes deixa de utilizar a suplementação de insulina, hormônio essencial.

O distúrbio ocorre numa proporção de 1:600 em crianças e adolescentes, mais comum na faixa etária de 13 a 21 anos de idade, com uma pré-disposição psicológica ou com o comportamento alterado de punho psicológico. Como se não  fosse suficiente para um adolescente ter os problemas normais desta fase, como intermináveis pressões para ter um físico adequado, as questões a respeito da puberdade e sexualidade, menstruação, além disso, acrescente uma doença crônica, sem cura, e o que você terá como resultado é a vida diária de adolescentes com diabetes tipo 1.

A Diabetes acarreta problemas e consequências especialmente na adolescência, sendo a desordem alimentar um dos maiores problemas. O uso de insulina, a manipulação das doses do hormônio com o objetivo controlar ou perder peso é mais comum nas garotas, algumas meninas aprendem que esse procedimento provoca a perda de peso e deixam de utilizar a insulina, deixando o diabetes descompensar. Com a elevação do nível de açúcar no sangue ocorre aumento da excreção urinária, dores de cabeça e queda de peso. Ao longo do processo a pessoa entra em estado de cetoacidose. A constante Hiperglicemia, com o tempo, pode desenvolver graves problemas renais, retinopatias e outras sequelas,podendo levar até ao óbito.

O fator desencadeante  é a busca do “corpo ideal” preconizado pelos padrões de beleza, baixa autoestima e  perfeccionismo. O fato de os diabéticos tipo 1 serem submetidos a restrições alimentares desde muito novos pode trazer à tona e preocupação com o corpo, que pode contribuir para desenvolver um distúrbio alimentar.

A recuperação do peso perdido antes do diagnóstico, assustam algumas garotas, pré adoloescentes, que tem medo de engordar, devido a preocupação exagerada da sociedade com o corpo e o peso. A descoberta da manipulação das doses de insulina com início dos vômitos, manter o açúcar elevado e o mal controle da Diabetes é tudo que elas precisam para se manterem magras, é um ciclo vicioso: restrição alimentar e hiperglicemias.

O surgimento do vômito acontece quando as garotas diminuem a ingestão alimentar e as doses de insulina, proporcionando o surgimento de hipoglicemias, mas a correção requer alimentos ricos em açúcar e calóricos, a idéia de ganhar peso é inaceitável e acabam colocando para fora, com atitudes purgativas, o alimento usado para corrigir a glicemia.

Devemos ficar atentos ao comportamento de adolescentes e jovens adultos diabéticos que podem ajudar  identificar a presença da diabulimia, como recusar-se a pesar na consulta, negociar a dose de insulina, preocupação excessiva com corpo, com a forma física, nível elevado da glicemia, mesmo com a intervenção médica proposta como dieta adequada, prescrição de insulina.

O mais importante é explicar aos adolescentes, de uma maneira que não imponha medo, a respeito das consequências de curto á longo prazo se deixarem de tomar a insulina por algumas vezes.