Homem com dificuldade de escutar devido as complicações do diabetes
Alguns estudos realizados nos últimos anos, tem demonstrado que pessoas com diabetes descontrolados ou que apresentam complicações cardiovasculares ou neurológicas estão mais propensos a desenvolverem perda auditiva neurossensorial.
Podemos prevenir ou evitar este tipo de perda auditiva ao longo dos anos de diagnóstico de diabetes? Entender como isso acontece e com prevenir, é o que vamos discutir aqui, neste artigo.
Diabetes é uma situação onde os níveis de glicose no sangue estão fora do controle, normalmente muito altos, acima de 200 mg/dL de sangue. Isso ocorro devido a falta de quantidade ideal de insulina ou porque a insulina produzida e secretada, não desempenha o seu papel adequadamente.
Quando falamos de diabetes tipo 1, estamos discutindo uma doença autoimmune, onde o sistema de defesa do organismo não reconhecem as células Beta do pâncreas, as responsáveis pela produção e secreção de insulina pelo corpo humano, como próprias. E as destrói, assim o tratamento passa a ser através de aplicações diárias de insulina exógena, ou seja, comercial, produzida pro industrialmente.
Quando temos instalada o diabetes tipo 2 – cerca de 90% das pessoas com diabetes, tem este diagnóstico – 30% fazem uso de insulina os outros de medicação oral, mas devem estar sempre associados a hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física regular.
O primeiro estudo foi realizado pela doutoras Kathleen E. Bainbridge e Catherine C. Cowie (the National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases). Este estudo avaliou 472 pacientes diabéticos com idades entre 20 e 69 anos de idade, participantes de um levantamento americano chamado de National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES).
As autoras do estudo encontraram um risco seis vezes maior de perda auditiva neurossensorial de alta frequência em diabéticos portadores de neuropatia periférica e doença arterial coronariana (presença de placas de gordura nas artérias no coração).
Os pacientes diabéticos descontrolados apresentavam um risco 3 vezes maior de perda auditiva de alta frequência. A perda auditiva era uniforme, independentemente da idade do paciente diabético. Os mesmos achados não foram encontrados para as perdas auditivas de média e baixa frequências.
No segundo estudo, o Dr. Mohammed Ismail da Manipal University (Mangalor, Índia,) também encontrou uma associação significativa entre a perda auditiva neurossensorial e o diabete melito descontrolado.
Um total de 50 diabéticos foram comparados com 50 indivíduos controles não-diabéticos. Todos os diabéticos com Hemoglobina Glicada (exame que avalia o controle do diabete melito nos últimos 3 meses) acima de 7% (refletido um descontrole da doença), tinham algum comprometimento auditivo (56.5% tinham comprometimento leve a moderado, 35% moderado a severo, e 9% um comprometimento severo).
Somente 40% dos pacientes com hemoglobina glicada abaixo de 7% tinham alguma grau de perda auditiva. A perda auditiva teve uma relação direta com o tempo de duração do diagnóstico de diabetes.
Os pesquisadores acreditam que a perda auditiva em diabéticos descontrolados seja causada por alterações circulatórias e pelo comprometimento do oitavo par de nervos cranianos (nervo vestibulococlear).
Os sinais de perda auditiva neurossensorial são sutis, por isso é importante reconhecê-los quando puder. Muitos deles podem ser descartados ou atribuídos a outras condições, por isso é importante que os diabéticos permaneçam vigilantes e lembre-se de que a perda auditiva leve nem sempre é óbvia. Os sintomas e sinais de perda auditiva incluem:
O zumbido, em particular, é comum entre as pessoas com diabetes e com perda auditiva. O zumbido pode ocorrer de muitas formas diferentes, mas na maioria das vezes é um som persistente. Esses sons podem incluir
Esses ruídos fantasmas podem variar em tom e volume e podem variar. Por exemplo, às vezes o zumbido pode ser apenas um ruído de fundo para o que você estiver fazendo. Outras vezes, isso pode abafar sua capacidade de ouvir qualquer outra coisa.
Existem dois tipos de zumbido: objetivo e subjetivo. O zumbido objetivo é raro e pode ser ouvido pelo seu médico ao verificar seus ouvidos. É freqüentemente causado por um vaso sanguíneo danificado. O zumbido subjetivo é ouvido apenas por você.
O zumbido pode ser tratado em conjunto com a perda auditiva ou aliviado usando tratamentos específicos para o zumbido. Se você sofre de zumbido, pode ser um sinal de que algo mais sério, como perda auditiva real, é a raiz real do problema.
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