Diabetes tipo 2, saiba mais

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Durante a Segunda Guerra Mundial, um médico francês descobriu que quando soldados feridos eram tratados com antibióticos com sulfa, alguns apresentavam sintomas de hipoglicemia. Foi assim que as drogas chamadas sulfanilureias tiveram seu início no tratamento do diabetes tipo 2.

Em quase 50 anos, os comprimidos para o tratamento do diabetes, ou hipoglicemiantes orais, sofreram muitas mudanças, com o aparecimento de novas drogas que atuam nos mecanismos intimamente relacionados ao aparecimento do diabetes que não eram conhecidos anteriormente.

Muitas pessoas portadoras de diabetes tipo 2 são beneficiadas com essas drogas, tornando o tratamento da doença muito mais fácil, apesar de ainda existirem limitações e efeitos colaterais. Quando indicadas e usadas corretamente, ajudam o paciente a desenvolver um excelente controle da doença e previnem complicações decorrentes do mau controle e da hiperglicemia.

É importante que se leve em conta que os hipoglicemiantes orais não são insulina e nem podem substituí-la quando o médico determinar a sua necessidade. Essas drogas agem desde que o pâncreas esteja produzindo insulina, pois uma vez que a insulina é digerida pelos ácidos do estômago, se fosse dada oralmente não existiria benefício em seu uso oral. Quando necessária, ela deve ser administrada por meio de injeção. Dessa forma, os hipoglicemiantes orais também não funcionam quando usados em pacientes portadores de diabetes tipo 1 ou em pacientes com diabetes tipo 2 que chegaram a um estágio em que o pâncreas produz uma quantidade reduzida ou não produz mais insulina.

O diabetes tipo 2 não aparece abruptamente. Ele começa a partir de uma inflamação que eleva a resistência à insulina, fazendo com que a necessidade de se produzir esse hormônio seja maior. Pacientes portadores de pré-diabetes, quando evoluem para o diabetes, normalmente já perderam cerca de 50% das células beta produtoras de insulina. Porém, esse processo pode levar muitos anos, período em que o paciente pode ter poucos ou nenhum sintoma.

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Entender o processo e usar os medicamentos adequadamente fazem com que o controle da doença seja adequado e que haja uma diminuição na sua progressão. Os hipoglicemiantes orais podem agir de diversas formas:

  • Diminuindo a produção de glicose pelo fígado;
  • Aumentando o consumo de glicose nos músculos e nas células de gordura, diminuindo assim a resistência à insulina;
  • Estimulando a célula do pâncreas a produzir mais insulina;
  • Aumentando isoladamente a sensibilidade à insulina;
  • Agindo no bloqueio de enzimas que regulam a absorção da glicose apos sua ingestão, diminuindo a velocidade em que os carboidratos são absorvidos.

Existem também as drogas injetáveis. Atualmente existem o Exenatide e o Pramlitide. São drogas sintéticas que ajudam na produção de insulina e regulam a velocidade de liberação da glicose no sangue após a ingestão e o esvaziamento do estômago.

Apesar dos hipoglicemiantes poderem ser utilizados na maioria dos pacientes com diabetes tipo 2, o uso de insulina deve ser desmistificado, pois hoje, com as insulinas mais modernas, pode-se oferecer um bom controle e suas formas de administração são cada vez mais fáceis.

O importante é ter em mente que, seja qual for o tratamento proposto pelo médico, o diabetes é uma doença que tem controle cada dia mais fácil e eficiente e que é possível viver muitos e muitos anos com uma excelente qualidade de vida, seguindo as instruções do médico e fazendo uso regular das medicações prescritas.

Escrito por Drª Christiane Sobral | CRM-SP: 69.623
Médica Endocrinologista e Coordenadora do Centro de Diabetes do HSL

As informações acima têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

View Comments

  • oi pessoal,sou uma nova diabética e ainda não sei qual tipo,mas emagreci muito,perdi e estou perdendo,visão turva e muitaaa fome.gostaria de saber mais a respeito da doença ,estou um pouco assustada..

    • Cristiane,

      Você deve entrar em contato com seu médico e reavaliar seu tratamento. Pelos sintomas que você esta relatando, tudo indica que sua glicose não esta controlada.

      Cuide-se e conte sempre conosco.

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