Diabetes: uma epidemia
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença grave, debilitante e que requer tratamento contínuo. É doença crônica extremamente prevalente, afetando atualmente aproximadamente 285 milhões de indivíduos em todo o mundo e com projeção de alcançar 439 milhões de pessoas no ano de 2030. O diabetes acarreta um grande impacto econômico para as nações. Só nos Estados Unidos, por exemplo, os custos diretos e indiretos com a doença em 2002 foram estimados em 132 bilhões de dólares e cresceram de forma significativa até que no ano de 2007 já atingiram 174 bilhões de dólares anuais.
A importância do Diabetes se encontra, sobretudo, na perspectiva do desenvolvimento das complicações e suas conseqüências. Por sua freqüência e gravidade, destacam-se as complicações crônicas. A revalência de complicações diabéticas varia, podendo esse fato ser explicado tanto pela variabilidade na suscetibilidade genética entre as populações como pelas diferenças metodológicas no diagnóstico das mesmas. Reduzir o impacto do DM2 significa, antes de tudo, reduzir a incidência da doença, antecipando-se ao seu aparecimento com medidas preventivas, sobretudo em indivíduos de alto risco. Intervenções comportamentais e farmacológicas têm sido estudadas e implementadas com esse objetivo. Modificações no estilo de vida, tais como controle dietoterápico, perda ponderal e prática sistemática de exercícios físicos, bem como o uso de drogas orais ou injetáveis, têm se mostrado eficazes.
Tratamento
O tratamento do portador de diabetes deve visar o adequado controle glicêmico, pressórico e lipídico. Para o ajuste glicemico, é possível o uso de terapêuticas não farmacológicas (modificação do estilo de vida, contemplando aspectos nutricionais, atividade física, dentre outras) e farmacológicas.
Aspectos da nutrição do paciente diabético
Uma alimentação adequada é fundamental para o bom controle do diabetes. A orientação dietoterápica do paciente diabético deve objetivar a busca dos alvos terapêuticos no tocante a parâmetros metabólicos, como as glicemias de jejum e pós-prandial, hemoglobina glicada A1c (HbA1c) e o perfil lipídico. Não há consenso a respeito da melhor dieta para o paciente diabético. Deve-se estar atento à quantidade e ao tipo dos macronutrientes, principalmente os carboidratos. As recomendações da SBD indicam um total de 50-60% do valor calórico total (VCT) composto de carboidratos, principalmente os complexos.
A busca do peso saudável é fundamental para o portador de DM2, uma vez que mais de 80% desses apresentam sobrepeso ou obesidade. Desencadeia quadro de resistência à ação insulínica, com conseqüente hiperinsulinemia que, por sua vez, aos poucos, particularmente nos diabéticos, leva à exaustão a capacidade de secreção insulínica pelas células beta pancreáticas. Moderada perda de peso (5-10% do peso corporal) melhora o controle glicêmico, reduz o risco de doenças cardiovasculares (DCV) e, pode mesmo prevenir ou retardar o desenvolvimento de DM2.
Atividade física do paciente diabético
A atividade física sistemática é um importante componente no planejamento terapêutico do paciente diabético, uma vez que, dentre outros benefícios, ela melhora a sensibilidade insulínica e o controle glicêmico. O início da atividade física deve ser precedido de uma avaliação cardiovascular nos pacientes com idade superior a 35 anos. As recomendações de intensidade e freqüência dos exercícios devem ser progressivas, com aumento gradual.
Tratamento medicamentoso com antidiabéticos orais
Os chamados antidiabéticos orais (ADO) apresentam mecanismos de ação distintos, podendo agir estimulando a secreção de insulina (sulfoniluréias e glinidas), melhorando a sensibilidade insulínica (tiazolidinedionas e metformina), reduzindo a absorção de hidratos de carbono no tubo digestivo (acarbose) ou através de um mecanismo de ação misto, ou seja, reduzindo a secreção de glucagon e estimulando a secreção de insulina (inibidores de DPP-4, análogos e agonistas do GLP-1). Cada um desses fármacos tem características próprias, o que proporciona ao médico maior flexibilidade quanto à escolha para um dado paciente.
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Dr. existe um protocolo oficial (Ministério da saúde, Anvisa, etc...) para o tratamento medicamentoso do Diabetes tipo 2? Em caso afirmativo, poderia me enviar, via email (joao@demanda.com.br). Em caso afirmativo, os médicos seguem este protocolo? Como fica a questão das sulfas e dos DPP4? Os DPP4 já estão no protocolo, estão em início de inclusão, o SUS disponibiliza DPP4?
Grato;
João Brito
Obrigado pelo o valioso esclarecimento.
Por causa desta "regra dos 35" fui liberado para a prática de exercícios e, uma semana depois, sofrí um infarto aos 33 anos e, logo depois 3 pontes de safena e 1 mamaria.
Talvez, se o médico pedisse um exame simples, teria até de passar pela cirurgia, mas talvez teria evitado o infarto.
Médicos devem, sobretudo, analisar a anamnese do paciente. Para mim, seria mais importante meu histórico familiar que toda estes "protocolos". Não somos máquinas, mas sim, seres humanos.
Da mesmo forma que um médico salva vidas, ele pode destruí-las.
Reinaldo,
Você esta correto, as regras em se tratando de saúde não podem ser fixas, devem ser analisadas caso a caso, pois as pessoas são diferentes e reagem diferentemente entre elas.
gosto das explicaçoes importantes e que esclarecem as minhas duvidas ,porque sou diabetica tipo 02.
Sarade,
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