No tratamento do diabetes existem 5 pilares, que juntos, trabalham para oferecer melhor qualidade de vida ao paciente. Como você deve saber, a alimentação é um deles. Os alimentos para diabéticos são, na verdade, alimentos que qualquer pessoa com o objetivo de ser saudável deve consumir. Ou seja, qualquer pessoa que seguir as dicas abaixo poderá se beneficiar e adquirir uma maior qualidade de vida.
Cada pilar representa um cuidado, uma área a ser trabalhada para melhor proveito do tratamento:
1- Atividade Física: prática regular e diária;
2- Tratamento clínico: uso correto da medicação;
3- Nutrição: Alimentação equilibrada e saudável;
4- Automonitoramento: Medições de glicose periódicas;
5- Educação em Diabetes: Gerenciamento do estresse;
Neste texto vamos aprofundar o terceiro pilar do tratamento, a boa nutrição. Com uma alimentação saudável e adequada, o paciente com Diabetes, de qualquer idade, irá crescer, desenvolver e se manter. Também poderá controlar a glicose próximo dos padrões de normalidade desejados, evitando a hipoglicemia e a hiperglicemia. Além disso, veremos que os alimentos para diabéticos não precisam ser, de maneira alguma, ruins, sem sabor e sem cor.
Seguindo um dos guias alimentares, neste caso a Pirâmide Alimentar, vamos seguir seus grupos de alimentos para pessoas com diabetes. Estes nutrientes deverão fazer parte do cardápio diário dessa pessoa com diabetes.
É a base da Pirâmide Alimentar. Representa os alimentos energéticos, ricos em glicose que se transforma em energia. A recomendação de consumo diário é de 5 a 9 porções. Dê preferência aos carboidratos complexos, ao invés dos refinados (farinha branca, biscoitos doces, açúcar e doces). Esses últimos são integrais e ricos em fibras.
Fazem parte desse grupo: Pães, em geral, arroz, biscoitos salgados, macarrão e massas, farinhas, grão integrais, batata inglesa ou doce, mandioca, cará e inhame, milho verde, cevada, quinoa, centeio, trigo, aveia.
Recomendação de, no mínimo, 4 porções ao dia, sendo duas delas em cada refeição principal: Almoço e Jantar. É importante que uma delas seja crua e a outra cozida ou refogada (atentar ao consumo exagerado de gorduras).
Na casa das Hortaliças, para preservar as fibras alimentares, não pique ou cozinhe demais. As fibras são importantes para otimizar o controle da glicose sanguínea. Além disso, dão mais saciedade, auxiliam no funcionamento do intestino e ajudam na eliminação de colesterol.
Ricas em minerais, vitaminas e fibras. Recomendação de, no mínimo, 3 porções e,no máximo, 5 porções ao dia. Divida estas porções entre o café da manhã, o lanche da manhã, o almoço, jantar e ceia;
Dica: Uma das porções de frutas deve ser fonte de vitamina C. Como por exemplo: abacaxi, laranja, tangerina, morango, kiwi, caju, goiaba. Essas devem ser consumidas junto a leguminosas, pois favorece o ingestão de ferro.
Os alimentos que compõem esse grupo são: Feijão, ervilha, lentilha, grão de bico e soja. Apenas uma porção ao dia atinge a recomendação diária, presente no almoço ou Jantar;
Dica: Preserve a casca para ter mais fibra na sua dieta.
Esse grupo é composto pelos diversos tipos de carne: Boi, frango, porco e peixe, além dos ovos. A recomendação diária é de duas porções. Uma média, 100 gramas para cada refeição principal é suficiente. Almoço e jantar; ou café da manhã ½ porção, almoço e ½ porção jantar. Cada porção de 100 gramas equivale a uma palma da mão.
Sempre dê preferência as carnes magras. Aves sem pele, cortes magros: descarte a gordura do alimento e a água de cocção, rica em gordura. Procure consumir peixe de duas a três vezes por semana, incluindo aqueles que possuam ômega 3. Sardinha, salmão, truta, namorado, anchova, cavala, cavalinha ou linguado são ótimos.
O consumo de ovos não deve ultrapassar a 5x por semana, e muito menos deve ser consumido junto as carnes.
Composto pelos seguintes Alimentos: Leite, iogurtes, queijos magros (minas frescal, ricota, cottage, requeijão light) e queijos gordos e amarelos. Dê preferência ao consumo de produtos desnatados e light, isentos de gorduras. A recomendação é de 2 a 3 porções por dia, podendo ser divididas entre o café da manhã, o lanche da tarde e a ceia.
A recomendação é de 1 a 2 porções por dia. Dê preferência aos óleos vegetais, evitando o consumo de margarina e manteiga. Para cocção recomenda-se o uso do óleo de canola que possui maior ponto de fumaça. O Azeite de Oliva não deve ser exposto ao calor, devendo ser consumido “cru” em saladas ou outras preparações.
Recomenda-se apenas 1 porção ao dia. Para o diabético, a sacarose, ou melhor, o açúcar poderá ser utilizada dentro de um limite específico em sua dieta. Isso se a sua glicemia estiver controlada, realizando-se a contagem de carboidrato presente e sob orientação.
Os adoçantes dietéticos substituem os açúcares em geral e mel. Atualmente, os adoçantes têm boa aceitação sem comprometer o paladar, porém, deve-se evitar àqueles à base de frutose para que não ocorra o aumento dos triglicerídeos no sangue.
Os refrigerantes com açúcar poderão ser substituídos pelos diet ou zero, desde que não sejam usados à vontade. Os sucos de frutas naturais, diluídos em água, são opções melhores por fornecerem vitaminas e minerais. Os doces poderão ser preparados em casa com adoçantes para culinária, sendo mais uma opção para variar o cardápio. Pode-se, também, adquirir os doces dietéticos industrializados, mas com moderação.
Lembre-se: produtos dietéticos não devem ser consumidos livremente, pois em sua maioria, são isentos de açúcar, mas contém mais gorduras.
Agora que vimos como os alimentos para diabéticos podem nos ajudar, vamos entender melhor como inserir estes alimentos em nosso cardápio diário.
Sobre os carboidratos, sabemos que uma atenção especial deve ser dada. Os alimentos ricos em carboidratos farão parte da sua alimentação. Não é correto trabalhar uma dieta isenta de carboidratos, afinal eles são fontes de energia para nosso corpo, deverão ser usados desde que a sua quantidade seja controlada.
Importante: na escolha da qualidade do carboidrato que se ingere, dê preferência aos que sejam ricos em fibras como os alimentos e produtos integrais. Uma estratégia nutricional e de controle é realizada através da contagem de carboidrato. Pode-se escolher para o café da manhã e lanche da tarde. A saber: pão, torrada, bolacha, aveia, flocos de milho ou mix de cereais.
Ao falar da aveia, destacamos a importância do seu consumo no dia a dia do diabético. A aveia contém, em sua composição, a “beta glucana” que auxilia no controle da glicose e do colesterol sanguíneo. Deve ser usada, pelo menos 1 vez ao dia, na porção de 1 colher de sopa cheia.
Apesar de existir uma preocupação maior no controle de carboidratos, por afetarem diretamente a glicemia, não se pode negligenciar o consumo de gorduras e proteínas na dieta dos diabéticos.
Sendo assim, deve-se utilizar óleos vegetais no preparo dos alimentos (soja, milho, girassol ou canola), enquanto que o azeite de oliva deve ser utilizado no tempero da salada. A margarina cremosa light ou creme vegetal é uma opção para ser incluída no café da manhã e lanche da tarde. Caso a maionese ou o creme de leite sejam utilizados em alguma preparação, deve-se adotar, moderadamente, a versão light, mas evite sempre que necessário.
As proteínas também precisam fazer parte da dieta para que se promova o crescimento e o desenvolvimento de ossos, da massa muscular e dentes saudáveis. Entretanto, não cometa excessos para que os rins não sejam sobrecarregados desnecessariamente. Respeite a quantidade estabelecida no seu plano alimentar.
Alimentos como o bacon, banha, toucinho e torresmo não devem fazer parte do cardápio. Essas condutas buscam o controle na ingestão de ácidos graxos saturados, gordura trans e colesterol dietético. Com esses cuidados pode-se controlar as taxas de colesterol no sangue e prevenir doenças cardiovasculares, em especial a coronariana, causada pelo infarto do miocárdio.
Não abuse do sal para evitar o descontrole na pressão arterial (HAS). Utilize temperos e alimentos naturais no preparo das refeições, ao invés dos industrializados ricos em sódio. O ideal é utilizar o alho, cebola, salsinha e cebolinha, manjericão, sálvia para dar gosto a sua preparação. Os diabéticos já tem uma predisposição a pressão alta, portanto evite exageros.
O valor calórico do plano alimentar deverá ser calculado individualmente, considerando-se o resultado da avaliação do estado nutricional do paciente, que pode ser diagnosticado como baixo peso, peso normal ou excesso de peso, por meio dos dados antropométricos (idade, peso, altura e IMC), bem como o tipo, frequência e duração da atividade física quando realizada.
No caso da criança diabética, devido ao seu crescimento e alteração no tipo de atividade física, é conveniente a reavaliação de peso e altura entre três a seis meses. Estas ações visam assegurar o desenvolvimento próprio da idade da criança paralelamente ao controle metabólico, tanto glicêmico, quanto ao perfil lipídico (colesterol total, HDL, LDL) e triglicérides.
Outro aspecto fundamental é garantir uma boa hidratação ao longo do dia que, requer o consumo mínimo de 2 litros de água por dia. Café e chás com adoçantes podem ser utilizados também, mas o cuidado maior deve ser com os sucos de frutas que contém a frutose.
A prática da hidratação associadas à utilização da medicação para controle da glicemia e a uma alimentação balanceada, garantirá a adequação do peso e maior qualidade de vida.
O cardápio do diabético deve ser idêntico ao de sua família, para que todos tenham hábitos alimentares saudáveis, afinal a alimentação desses pacientes é um ótimo exemplo de alimentação balanceada, que visa saúde e qualidade de vida.
O planejamento de um plano alimentar saudável para o diabético deverá ser elaborado levando-se em conta a relação entre o paciente e o nutricionista. Para tanto, deve-se conhecer os hábitos alimentares do diabético e de sua família, as disponibilidades da alimentação fora e dentro de casa e as preferências e restrições alimentares. Entendo que o diabético não pode ser excluído da definição do cardápio, até porque é ele que o fará ou não, dependendo de como o processo seja conduzido. Logicamente, o apoio familiar é decisivo nesse processo.
A Diabetes deve ser tratada e monitorada ao longo da vida do paciente. Quando há um enfoque interdisciplinar nesse tratamento, o diabético é amparado, orientado e realiza o autocuidado de uma forma mais adequada, melhorando sua qualidade de vida, prevenindo ou retardando as complicações do diabetes como a retinopatia, nefropatia, neuropatia periférica e a doença coronariana.
Nada melhor do que educar o um paciente com Diabetes desde o momento de seu diagnóstico sobre o que é a doença, quais os cuidados necessários e como agir perante ela.
A falta de informação sobre alimentação é um problema bastante sério e que incomoda muitos diabéticos. Por este motivo eu escrevi o Livro Digital “Alimentação Sem Restrição”, que vai te mostrar como você pode comer comidas que adora e ainda assim manter os níveis de glicose controlados.
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View Comments
Tenho a mesma duvida da sra. Salete mesmo apos ler o seu Bokk a gripe pode mexer com a glicêmia
Qual o impacto da cerveja no organismo do diabético mesmo que a glicemia esteja dentro dos limites apos a ingestão do álcool?
Veja a resposta no link: https://diabetesevoce.com.br/bebida-alcoolica-pode-provocar-hipoglicemia/
A gripe também pode descontrolar a DIABETES, né?
Pois estou engripada e minha diabetes não anda bem controlada como sempre, ainda mais agora que não tenho fitas para medir a glicose...
Salete.
Tenho a mesma duvida da sra. Salete mesmo apos ler o seu Bokk a gripe pode mexer com a glicêmia